FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DA BAHIA

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CENSO 2022

Área do Conhecimento
7 de julho de 2023

MÉDIA DE MORADORES POR DOMICÍLIO CAI NA BAHIA. O QUE MUDA NA ECONOMIA E HÁBITOS DE CONSUMO?

 

Média no estado está em 3,1 contra 3,41 de 10 anos atrás.

 

Os dados preliminares do CENSO, do IBGE, referente ao ano de 2022 trazem um cenário importante para captar tendências econômicas, de comportamento do consumidor. A média de moradores por domicílio no estado, por exemplo, é de 3,1 contra 3,41 da captação de 2010. Esse número atual está acima da média de Salvador, de 2,51, e, por outro lado, abaixo dos 3,73 da média nordestina. Ressalta-se ainda que a Bahia possui a menor média da região.

As famílias, de fato, estão diminuindo de tamanho ao longo do tempo. São mais obrigações e desafios, tanto pelo lado social quanto econômico, que são colocados no cenário e fazem muitos casais refletirem sobre a quantidade de filhos que querem ter.

No entanto, essa redução da média em 10 anos não transmite, necessariamente, algo negativo. Há uma parte da explicação importante por trás desses números: a melhora das condições econômicas das famílias. Assim, com mais emprego e renda, foi possível com que mais consumidores pudessem entrar no mercado de crédito e buscassem o sonho de comprar ou alugar um imóvel.

Tanto que, segundo cálculos da Fecomércio-BA, com base nos dados do Banco Central, na Bahia, houve aumento real, já descontada a inflação, de 122% no crédito habitacional para as pessoas físicas da Bahia entre 2012 e maio deste ano, chegando a uma carteira atual de R$ 31 bilhões.

São estudantes que vão cursar em outra cidade, são profissionais que se deslocam em novas oportunidades, pais que tiveram condições de arcar um novo espaço para o filho ou por mérito próprio através de um ingresso no mercado de trabalho e promoções profissionais.

Desta forma, além da taxa de natalidade estar diminuindo, conforme apontou o CENSO, uma vez que a população registrada ficou abaixo da estimada, a evolução econômica, de mais oportunidade de trabalho, juros mais baixos no passado, permitiu também uma tendência de redução da média de pessoas por domicílio.

A partir deste cenário, o que se pode captar de tendências? O mercado imobiliário é um exemplo que absorveu esse novo modelo e tem ofertado unidades cada vez menores para atende a esse público. São apartamentos de dois dormitórios que, no último ano, se destacaram entre os lançamentos no estado.

E com residências menores e média menor de morador por domicílio traz limitações para compra de eletrodomésticos e móveis, havendo a necessidade de estudar o melhor fogão, geladeira, máquina de lava-roupa, sofás, etc, para encaixar no ambiente. Também se torna importante a busca de eficiência nas compras domésticas, pois além do espaço de estocagem menor, compras grandes aumentam o potencial de desperdícios.

Seria razoável pensar num cenário de menos pessoas por domicílio que haveria uma busca mais forte por serviços como de comidas prontas, diaristas para limpeza, lavanderia e etc. De fato, houve um crescimento nesses segmentos, como o delivery de comidas. porém, a população média não tem uma renda suficiente para arcar com esses tipos de gastos com frequência.

As oportunidades vão se criando para um novo perfil de mercado consumidor, A economia está seguindo no seu ritmo de crescimento e a taxa de juros deve baixar novamente. Pensando no futuro, a tendência é que essa média continue na trajetória descendente e quem trabalha com comércio e serviços é essencial ficar atentos à essas mudanças.