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ICEC | MAIO 2023

ICEC
29 de maio de 2023

JURO ALTO PROVOCA REDUÇÃO DO OTIMISMO DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO DE SALVADOR, APONTA FECOMÉRCIO-BA

Enquanto o cenário atual ainda é desafiador, há otimismo para o futuro próximo.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apresentou forte retração em maio, de 3,6%, ao passar de 117,1 pontos em abril para os atuais 112,9 pontos, patamar similar ao de maio de 2022, de 113,9 pontos.

O ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre o intervalo de 100 a 200 pontos é considerado um patamar de confiança dos empresários de Salvador e, de 0 a 100 pontos, nível de pessimismo. Quanto mais perto dos extremos, 0 e 200 pontos, mais confiante ou mais pessimista estará o empresário do comércio.

Embora os números das vendas no comércio estejam positivos, não necessariamente reflete a todos os empresários do setor. Além disso, as informações que são divulgadas são de faturamento e volume de vendas e não resultado financeiro. Ou seja, por mais que esteja se vendendo mais, não necessariamente representa, na mesma proporção, um aumento de lucro. Até porque os custos dos empresários, operacionais e financeiro, seguem elevados, estreitando as margens.

Assim, é natural que haja uma diminuição do otimismo, por conta desses pontos levantados, além, evidentemente, da alta taxa de juros da economia, encarecendo o crédito para os empresários na hora de comprar o estoque, e para consumidores, quando compram financiado.

Não se pode esquecer também do efeito calendário. Março foi um mês sem feriados, ao contrário de abril. Desta forma, evidentemente, tem interferência nas vendas. Diante de uma base de comparação mais elevada, é natural que os empresários, ao entrarem no mês de maio, façam um ajuste do otimismo.

A retração foi observada nos três subgrupos analisados pelo ICEC. A queda mais forte foi de 5,5% no índice das condições atuais do empresário do

comércio, que voltou aos 88,8 pontos. No entanto, essa queda foi mais influenciada pela avaliação negativa da economia brasileira do que em relação ao dia a dia das empresas.

Essa tendência foi similar no índice de expectativa do empresário do comércio, que recuou 2,6%, mas com variação negativa mais acentuada na avaliação geral do país do que na atividade do comércio em si, -3,9% contra -1,6%.

O índice de investimento do empresário do comércio registrou queda mensal de 3,3%. As variações foram similares entre os quesitos analisados, de intenção de contratação, de investimento e estoques.

Portanto, a combinação de fatores de custo operacional e financeiro elevados, leia-se juros, e efeito calendário contribuíram para a queda do otimismo, mesmo com as vendas em alta. No entanto, esse resultado não deve ser encarado como pessimismo, mas como um cenário de desafios, porém que tende a ser superado, sobretudo ao longo do segundo semestre.