ICEC | MAIO 2024
CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO CAI PELO 7º MÊS SEGUIDO E VAI AO MENOR NÍVEL DESDE SETEMBRO DE 2021, AVALIA FECOMÉRCIO-BA
Custos elevados e vendas num ritmo mais fraco pressionam margens e resultados no varejo. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registra, em maio, a sétima queda consecutiva e atinge os 108 pontos, recuo de 2,6% em relação a abril e de -4,4% no comparativo anual. Esse é o nível mais baixo do indicador desde setembro de 2021. O ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que valores entre 100 e 200 pontos indicam confiança dos empresários de Salvador, enquanto valores de 0 a 100 pontos refletem pessimismo. Quanto mais próximo dos extremos (0 ou 200 pontos), maior a confiança ou pessimismo dos empresários do comércio. Os empresários do comércio de Salvador ampliaram o seu pessimismo em relação ao cenário do momento. O índice de condições atuais do empresário do comércio (ICAEC) recuou 6,2%. Como a Fecomércio-BA vem observando, há uma avaliação mais negativa geral do que em relação ao próprio negócio. Enquanto o índice das condições atuais da economia foi de 75,2 pontos, retração mensal de 9,1%, o índice atuais das empresas comerciais ficou próximo aos 100 pontos, com recuo de 4,9%. E isso se repete quando se observa o cenário de mais longo prazo. O índice de expectativa do empresário do comércio (IEEC) ficou em 143,1 pontos, queda de 1,7% em relação a abril, mas puxado pela redução de 3,2% da expectativa da economia brasileira, enquanto a expectativa das empresas comerciais ficou estável no mês com 155 pontos contra 132,9 pontos da avaliação geral. Mesmo com uma condição relativamente mais favorável para o seu negócio, a economia indo aquém do esperado traz consequências negativas para as intenções de contratações e investimentos. O indicador de contratação de funcionários apresentou leve queda de 1,7% pouco melhor do que os -2% do nível de investimento das empresas. De acordo com cálculos da Fecomércio-BA, o varejo baiano cresceu 2,2% no primeiro trimestre deste ano. No entanto, no mês de março, houve queda no faturamento de 1,7%, com a maioria das atividades no negativo e somente os setores básicos, supermercados e farmácias, com aumento nas vendas. Esses números deixam claro que a situação para o varejista não está nada fácil. A inflação mais forte no início deste ano prejudicou não somente o bolso dos consumidores, mas também os custos para as empresas que se mantém num patamar elevado, pressionando as margens de lucros. Além disso, alguns segmentos do comércio estão sentindo a forte concorrência com o e-commerce, tornando ainda mais desafiador atingir as metas estabelecidas. E embora a taxa de juros no Brasil esteja caindo, para o consumidor final a taxa ainda está muito cara, implicando numa condição não tão favorável para consumo. Portanto, a queda na confiança dos empresários tem sido uma combinação de um cenário da economia brasileira de baixo crescimento, de juros ainda elevados e inflação instável, o que prejudica o planejamento dos negócios. Diante de um quadro que não deve mudar no curto e médio prazo, a tendência do ICEC é negativa para os próximos meses, infelizmente.