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ICF | JUNHO 2024

ICF
3 de julho de 2024

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS DE SALVADOR CAI 1% EM JUNHO, APONTA FECOMERCIO-BA

“Ressaca” do Dia das Mães e um olhar menos positivo no mercado de trabalho contribuíram para essa queda no mês. Porém, indicador sobe 5% em um ano. O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, registrou queda de 1% em junho em relação a maio e volta aos 109,4 pontos ante os 110,5 pontos do mês anterior. No entanto, quando comparado com igual período do ano passado, o atual patamar está 5%, quando em junho de 2023 o ICF ficou com 104,1 pontos. O ICF é um indicador de confiança que varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio. Ou seja, quanto mais ele avança no sentido dos 200 pontos, mais os consumidores estão otimistas em relação as principais variáveis que afetam a sua vida econômica, emprego, renda e crédito. Um fator importante para essa queda mensal foi a “ressaca” do Dia das Mães, uma vez que houve forte recuo de 6,8% no item Momento para Duráveis, que avalia se é um bom ou mau momento para compras de produtos como geladeira, televisor, celular, etc. No principal evento de maio, há uma série de oportunidades de compras, com descontos e ofertas específicas e que, logo na sequência, há uma volta da prática de preços “normais”, o que ocorre também em janeiro e março tradicionalmente, após o Natal e as liquidações de janeiro. Essa tendência contribuiu para a retração de 2,2% no item Acesso a Crédito que volta aos 99,1 pontos ante os 101,3 pontos de maio. Se os produtos duráveis ficaram mais caros, ou voltaram ao preço “normal” após o Dia das Mães, pode ser um fator das famílias avaliarem de uma forma um pouco mais negativa a facilidade de obtenção de crédito para essas compras a prazo. Outro item que também influenciou o resultado do mês foi a Perspectiva Profissional que, em junho, apontou retração de 3,1%. Contudo o nível de 133,7 pontos é o mais alto entre os sete analisados pela pesquisa. Ou seja, há um otimismo elevado em relação a possível melhora no mercado de trabalho para o responsável pelo domicílio nos próximos 6 meses, mas houve um ligeiro recuo nessa avaliação. E se há um olhar menos positivo em relação ao mercado de trabalho, é natural que haja também um ajuste de avaliação em relação aos gastos futuros. O item Perspectiva de Consumo apresentou leve queda de 1,2% e volta aos 121,1 pontos. E o item Renda Atual ficou praticamente estável, com variação de -0,2%, ficando nos 122,9 pontos. Há dois pontos positivos nesta pesquisa de junho. O primeiro é que os itens do presente subiram: Nível de Consumo Atual (3,1%) e emprego atual (1,5%). Desta forma, a queda geral no mês não representa um cenário negativo nas condições econômicas das famílias, o que reforça a tese que o recuo foi algo pontual, num momento pós Dia das Mães, sendo uma base alta de comparação. O segundo ponto é que praticamente todos os itens do ICF estão com bom crescimento quando comparado com igual período do ano passado. Isso reflete um quadro mais favorável de emprego, renda, crédito e consumo. É o que a Fecomércio-BA vem, de fato, observando, com o mercado de trabalho mais aquecido, inflação relativamente menos pressionada e os juros caindo na ponta. Portanto, a queda no mês não sinaliza uma tendência, a princípio, mas um ajuste de confiança das famílias após um ótimo momento econômico na região, propiciado pelos Dias das Mães. As variáveis que contribuem na decisão de compra estão positivas, o que leva ao entendimento de que o ICF permanecerá no patamar de satisfação, de otimismo, o que é importante para melhorar as perspectivas dos empresários do comércio.