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ICF | MARÇO 2024

ICF
18 de abril de 2024

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS VOLTA A REDUZIR EM MARÇO, MAS SE MANTÉM EM PATAMAR DE OTMISMO, APONTA FECOMERCIO-BA

Aceleração da inflação pode estar relacionada com a perspectiva menos otimista das famílias sobre as suas condições econômicas atuais. O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apresentou queda mensal de 5,4% em março, alcançando os 108,1 pontos – o menor patamar dos últimos seis meses. Essa redução sugere uma cautela temporária das famílias em relação às suas expectativas de consumo, refletindo possivelmente a aceleração da inflação em itens básicos, como alimentação e transporte, quem impactam a confiança dos consumidores com relação a seu nível de renda e poder aquisitivo. Mas, mesmo com o recente movimento de queda, a comparação anual revela um cenário mais otimista e reitera o movimento de recuperação gradual da confiança das famílias. O ICF varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio. O item perspectiva profissional foi destaque em março, registrando a maior variação mensal e alcançando a pontuação mais alta entre os componentes do ICF, com 134 pontos. Há um ano, o item também registrava a pontuação mais alta do mês, mas o nível de 138,5 pontos era maior que o atual, revelando uma visão ainda positiva sobre o futuro profissional, mas com um ajuste nas expectativas em relação ao ano passado. Da mesma forma, o componente perspectiva de consumo registrou a segunda maior variação mensal e chegou a 120,7 pontos em março. No entanto, o nível atual também é menor que os 138,5 pontos observados há um ano e decorre tanto de um percentual menor de famílias que mantém uma perspectiva positiva sobre o consumo futuro quanto de uma parcela maior dos que mantém uma perspectiva negativa ou não souberam opinar. No sentido oposto, todos os demais itens que compõem o ICF apresentaram variação mensal negativa em março, mas registraram avanço nos níveis de confiança no contraponto anual. O item momento para duráveis sofreu uma queda significativa de 24,4% em relação a fevereiro, situando-se em 66,8 pontos. Embora o resultado destaque o pessimismo na aquisição de bens duráveis, o índice ainda representa uma melhora considerável em relação ao ano anterior, quando estava em 48,1 pontos. De forma parecida, o acesso ao crédito registrou redução mensal de 7,3% e voltou ao patamar de insatisfação com 97,9 pontos, mas ainda assim apresenta melhora em relação ao ano anterior, quando registrava 93,5 pontos. Os últimos três componentes, que avaliam a percepção dos soteropolitanos com relação às condições econômicas atuais também apresentaram piora na avaliação mensal. O item renda atual caiu 11,3% chegando a 12,31 pontos, o item emprego atual teve queda de 7,1% indo a 124,8 pontos e o item nível de consumo atual reduziu 6,3% e chegou a 89,5 pontos, o único dos três componentes situados em patamar de insatisfação. Apesar dessas quedas, todos os itens mantêm-se em situação de maior satisfação em comparação com o ano anterior, refletindo uma tendência geral de melhoria na percepção econômica das famílias. A avaliação segundo o poder aquisitivo das famílias revela que as reduções observadas em março decorrem de uma piora nas avaliações dos lares com receita de até 10 salários mínimos – queda de 5,9% na avaliação mensal – ao passo em que as famílias com receita superior a 10 salários mínimos indicaram expressiva melhora na percepção de consumo em relação ao mês anterior – com alta de 16,8% em relação a fevereiro. O movimento aumenta ainda mais a diferença entre os níveis de otimismo entre os dois grupos. Entre as famílias com maior renda, o indicador chega a 143,7 pontos em março, enquanto que para as menos abastadas o valor é de 104,8 pontos. Em síntese, os menores níveis de confiança observados em março apontam para um momento de cautela, influenciado principalmente pela aceleração da inflação em itens básicos, que afeta de maneira desigual os diferentes estratos de renda. Contudo, apesar das incertezas do presente, a resiliência observada na comparação anual e a manutenção do patamar de otimismo sinalizam para a continuidade de uma perspectiva mais otimista dos consumidores