VAREJO BAIANO | COMÉRCIO ABRIL 2024
COMÉRCIO BAIANO ACELERA E CRESCE QUASE 10% EM ABRIL, APONTA FECOMÉRCIO-BA
Efeito calendário e o mercado de trabalho aquecido são causas para o bom desempenho nas vendas no mês. As vendas no comércio varejista baiano dispararam em abril, com forte alta de 9,7% em relação a igual período do ano passado, e o faturamento atinge os R$ 12,65 bilhões, um adicional monetário de R$ 1,1 bilhão. Ainda de acordo com o levantamento mensal da Fecomércio-BA, com base nos dados do IBGE, no acumulado do quadrimestre, o saldo é positivo em 5,9%. Um dos principais motivos para o desempenho no mês foi o efeito calendário, uma vez que a Páscoa neste ano caiu em março e no ano passado, abril. Assim, a base de comparação ficou mais fragilizada, com menos dias úteis. De qualquer forma, mesmo realizando um cálculo do 2º bimestre no sentido de anular os efeitos do calendário, a variação é muito positiva, de 7,3%, consolidando o bom momento do varejo baiano. Outro ponto importante é o mercado de trabalho aquecido e que contribuiu na recomposição da renda das famílias, contrabalanceando uma pressão acima do esperado nos preços da região. Só no mês de abril, segundo dados do CAGED, foram abertas 10 mil novas vagas no estado, ampliando o saldo no quadrimestre para 36,3 mil. Todos os oito setores analisados pelo levantamento apresentaram aumento em relação a abril de 2023. Em termos de variação, as lojas de materiais de construção ficam em primeiro, com alta anual de 27,4%, se recuperando de uma retração de 9,4% vista no ano passado. Com o crédito imobiliário ainda relativamente barato e acessível, é natural que haja uma movimentação em toda a cadeia de insumos. Em termos de impacto para o resultado geral, o grande destaque foi o setor de veículos, motos, partes e peças, com crescimento anual de 18,9% e ganho monetário de R$ 361,5 milhões, para um faturamento total no mês de R$ 2,27 bilhões. Dados nacionais da Anfavea apontam abril como o mês com maior número de licenciamento no ano de veículos leves e é corroborado pelo dado de concessão de crédito, do Banco Central, que mostra um aumento de mais de 60% no volume tomado pelos consumidores em abril em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja, é um movimento nacional e a Bahia se beneficia com esse aumento importante das vendas, o que pode estar relacionado também a chegada dos veículos elétricos. Outra elevação expressiva foi do segmento de farmácias e perfumarias, de 21,8%. O faturamento de pouco mais de um bilhão de reais é o maior já registrado na história do levantamento, iniciado em 2011. Além da necessidade básica dos consumidores, pode ter ajudado no resultado o fato dos tradicionais reajustes dos medicamentos, sempre a partir do dia 1º de abril. A Fecomércio-BA vem observando, através dos dados do IBGE, o aumento mais forte tanto em remédios quanto em produtos de higiene e beleza. E após 6 meses seguidos de queda, as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos voltam a registrar um resultado positivo. Em abril, as vendas cresceram 4,2%. Mesmo com a alta, é uma atividade que segue tendo um cenário desafiador, pois o comércio eletrônico tem reduzido o espaço de atuação das lojas físicas. O comércio de vestuário, tecidos e calçados também volta a crescer após um ciclo de 4 meses no negativo. No mês, houve aumento no faturamento de 3,9% para um faturamento de R$ 400 milhões. As demais elevações foram observadas no grupo outras atividades (10,9%), lojas de móveis e decoração (5,8%) e supermercados (1,9%). Os dados do varejo de abril mostram um cenário positivo no varejo baiano, baseado, sobretudo, pela manutenção do poder de compra via aquecimento do mercado de trabalho e acesso ao crédito. A instabilidade dos preços, com uma pressão mais altista, pode ajudar a conter um avanço mais forte. De qualquer forma, os números desse levantamento corroboram a projeção positiva que a Fecomércio-Ba realizou para o próximo resultado, mês do Dia das Mães, de crescimento de 7% nos setores de supermercados e vestuário. E varejo em alta é um bom sinal para a geração de emprego e renda, dando gás ao ciclo positivo econômico do estado.