Fecomércio aponta oportunidades de negócios com novas tecnologias
Realizou-se na última quarta-feira (03/08) em Salvador, na Casa de Comércio, o projeto Empreendedorismo Digital – uma iniciativa nacional da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O evento foi marcado por uma tarde de palestras, workshops e rodada de negócios, a fim de sensibilizar os empresários para as transformações tecnológicas que vêm gerando impacto nos negócios, mostrando a importância do conhecimento técnico e da visão empreendedora no universo digital. O Ciclo 2011 teve como tema Segurança e Sustentabilidade e orientou os empresários também sobre a certificação digital e os benefícios de sua utilização e os riscos e prejuízos, tanto para os negócios quanto para os consumidores, do consumo de produtos piratas.
O presidente da Fecomércio-Ba, Carlos Amaral, com representantes do órgão e palestrantes
Para o presidente da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba), Carlos Amaral, o objetivo do evento é aperfeiçoar o empreendedorismo digital, oferecendo novas oportunidades de negócios ao pontuar as potencialidades das novas tecnologias. O evento foi composto por três palestras: “A Pirataria na Era Digital”, com o representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Natan Schiper; “SPED: Uma Visão Empresarial”, com o empresário e especialista no Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), Roberto Dias Duarte e “Motivação Através da Excelência, Inovação e Atitude”, com o consultor especialista em motivação, William Caldas.
Na ocasião, foi assinado um convênio de cooperação entre Fecomércio-Ba e Sebrae para a implementação de duas pesquisas fundamentais para o empresariado baiano: a primeira consiste em mensurar a intenção de compras (ICF) e a segunda vai avaliar o grau de endividamento e inadimplência das famílias (PEIC). Sem estas, a atividade empresarial não pode oferecer melhores bens e serviços, que se adequem ao perfil consumidor do estado. “É um passo à frente. Com essa pesquisa, nós vamos poder entender fatores muito importantes para a atividade empresarial”, declarou Carlos Amaral.
O projeto Empreendedorismo Digital trouxe discussões relevantes do cenário tecnológico e de negócios mundiais, além de explicações didáticas sobre certificação digital, mídias sociais, blogs e notas fiscais eletrônicas.
Pirataria e Consumo. A palestra “A Pirataria na Era Digital”, ministrada pelo representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) do Ministério da Justiça, Natan Schiper, teve destaque durante a programação. De acordo com Schiper, a penetração da internet no Nordeste por volta de 2009 já atingia em torno de 40% da população, já tendo passado hoje dos 100 milhões de usuários. “Só em 2008, vendeu-se mais computadores do que aparelhos de televisão no Brasil. O brasileiro médio passa três vezes mais tempo na internet do que vendo TV”, pontuou.
Nesse contexto, as compras pela internet constituem 25% de todo o consumo e por isso seria importante monitorar a pirataria, visto que esta dificulta o crescimento econômico de uma forma primordial. “Em 2006, 56 milhões de brasileiros praticavam pirataria. Em 2010, o número havia saltado para cerca de 70 milhões, ou seja, um crescimento de 11%”, completou Schiper.
Para estudar, compreender e combater a pirataria, em 2004 foi criado o CNCP que, até 2007, era constituído apenas por entidades governamentais. Posteriormente, abriu-se para a sociedade civil organizada e passou a acolher associações nacionais e internacionais. Vale ressaltar que o Brasil assumiu uma postura ativa na questão da pirataria após pressões internacionais da Organização Mundial de Comércio (OMC).
Hoje, a CNCP compreende a pirataria em um contexto amplo, vinculado ao crime organizado e à sonegação de impostos, trabalhando em conjunto com entidades como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério da Fazenda, o da Educação e o da Cultura, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e até com o próprio Banco Central. Adota, assim, uma postura que é ao mesmo tempo repressiva, educativa e econômica, visando à preservação dos empregos formais e o crescimento econômico sustentável do Brasil.