Fecomércio-BA reúne imprensa para mostrar as projeções econômicas na Bahia e no Brasil
Inflação, juros altos, comércio, turismo e endividamento figuraram entre os temas discutidos na manhã da última quarta-feira (23/2), na Casa do Comércio. O evento Perspectivas Econômicas 2022, idealizado pela Fecomércio-BA, reuniu imprensa e Diretoria da Federação, para assistir apresentação do economista da CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Antonio Everton, e do consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
O presidente em exercício da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, foi responsável pela abertura das apresentações: “O empresário do comércio é um guerreiro, está no processo de luta diária na criação de emprego, pagando impostos e gerando renda, para tocar a economia da Bahia. Um setor que emprega quase 70% do PIB baiano não pode continuar estagnado, ele tem que girar, tem que crescer “, declarou.
O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, mostrou que o varejo baiano cresceu 7% em 2021, índice semelhante ao resultado apresentado em 2019 de R$114,7 bilhões. Em relação com o último bimestre, no entanto, o resultado não foi tão positivo, mesmo com a injeção do 13º salário.
“O primeiro motivo foi a escalada da inflação que, na RMSA, subiu 11,44% em 12 meses até janeiro deste ano. O destaque vai para os grupos de Habitação e Transportes que registraram aumento de 15,4% e 22,54%, respectivamente. Outro ponto que justifica o momento ruim do comércio é o número recorde de famílias endividadas, 72,2% em setembro de 2021, na cidade de Salvador. E a inadimplência atingiu 32,6% das famílias, maior nível desde 2012”, destacou o especialista.
Além disso, com alta da SELIC, o crédito está mais caro, limitando a capacidade de consumo das famílias. Para Dietze, esse resultado deve se perpetuar em 2022 pelo fato “de as famílias já estarem endividadas, quanto por não conseguirem arcar com juros mais altos”.
O turismo baiano obteve o melhor desempenho em 2021, segundo dados do IBGE apresentados. Somente em dezembro, a alta foi de 33,1% na comparação anual, ficando na parte de cima entre as variações mais elevadas.
“Desta forma, fica visível o interesse do brasileiro pelas praias e a Bahia tem um grande potencial a ser explorado para incrementar ainda mais o setor e contribuir para a geração de riqueza e emprego na cadeia econômica”, pontuou o economista.
O cenário do turismo para 2022 vai ser desafiador, pois este setor depende da renda do consumidor. “E ela está sendo afetada pela inflação, desemprego e juros elevados. E o empresário por outro lado tem sofrido com o aumento dos custos”, justifica Dietze.
No panorama econômico nacional, o economista da Divisão Econômica da CNC, Antonio Everton, discorreu sobre as expectativas econômicas para esse ano e o comércio varejista.
“De maneira geral, pode-se esperar um desempenho do comércio fraco em 2022. A expectativa é de queda de 1%. Além do comércio, a economia como um todo vai conviver com inúmeros desafios este ano, como inflação alta, Selic chegando a 12% ao ano, mercado de trabalho desaquecido”, esclareceu.
Diante dessa perspectiva, Antonio Everton comentou sobre a injeção do novo Auxílio Brasil na economia e a possível recuperação do comércio. “O novo Auxílio Brasil deve injetar R$ 11,6 bilhões na economia do estado, um adicional de 7,5 bilhões de reais em relação ao tradicional Bolsa Família. Ajudará a recuperação do comércio”, citou o economista da CNC, Antônio Everton.