Inflação de produtos para a Ceia de Natal sobem 18,5%, avalia Fecomércio-BA
Presentes mais procurados para a época aumentam, em média, 11,2%.
Os consumidores conviveram ao longo de 2022 com uma inflação persistente e que impactou diretamente o seu bolso. Para este final de ano não será muito diferente, infelizmente. A Fecomércio-BA fez um levantamento, com base nas informações do IPCA-15, do IBGE, especificamente da região metropolitana de Salvador, da variação média dos preços dos principais alimentos e ingredientes da ceia de Natal e dos produtos mais comuns das pessoas comprarem de presente nesta época do ano. E o resultado não é nada positivo.
Sobre a inflação da ceia de Natal, os produtos alimentícios avaliados estão com aumento médio de 18,48% em relação ao mesmo período do ano passado, acima da inflação geral da região, de 7,64%, para o mesmo período. Quem puxa a lista e é a grande vilã é a cebola com elevação de quase 170%. Para o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, “esse aumento está sendo provocado pela menor safra na região nordestina e do excesso de chuva nas regiões produtoras, impactando numa redução importante da oferta no mercado nacional”.
Os pescados estão com aumento médio de 4,89%, o que é um bom sinal, pois está abaixo da inflação oficial, ou seja, os preços subiram menos que o geral. O arroz, tradicional acompanhamento, também registrou variação leve, de 2,63%. E quem quiser economizar é só colocar mais tomate no prato que vai dar certo. Esse produto está com queda de quase 20% em média no acumulado dos últimos 12 meses.
Outros ingredientes para compor o peixe, por exemplo, vão se juntar a cebola e dificultar a composição neste ano. O ovo de galinha sobe 18,2% e a batata-inglesa, 13,17%. E para regar o prato com um azeite, o consumidor terá que pagar em média 11,2% a mais do que no ano passado.
Pelo lado das bebidas, o refrigerante e água mineral sobem 10,82% e a cerveja aponta aumento médio de 15,80%.
“Embora os preços tenham subido acima da média geral da inflação na região de Salvador, a dica e orientação da Fecomércio-BA é pesquisar e barganhar, sobretudo os produtos que são frescos comprados em mercados e peixarias. Pode-se pensar em juntar mais familiares e amigos para comprar uma quantidade maior e tentar reduzir o preço médio”, destaca o economista da Federação.
Além disso, Dietze salienta que “é importante se atentar a dias específicos de promoções em alguns supermercados e monitorar os preços para saber se vale a pena o deslocamento para comprar. E dê preferência para produtos, como frutas, da estação, pois está em maior oferta, o que contribuiu para ter preços mais acessíveis”.
PRESENTES
Se o consumidor terá que se desdobrar para pagar em média 18,5% a mais nos alimentos típicos desta época do ano, o esforço será muito parecido na busca por presentes natalinos. Segundo o mesmo levantamento, os preços de itens de consumos mais procurados para o principal evento do ano estão 11,2% mais altos do que há um ano. Esse percentual também está acima da inflação média da região, de 7,64%.
“Tradicionalmente, quando questionados qual produto pretende dar de presente no Natal, a maioria dos entrevistados respondem uma roupa ou calçado. E são exatamente esses itens que mais subiram nos últimos 12 meses. O vilão da lista é a calça jeans feminina, com aumento médio de 40,41%, seguido da blusa (34,58%), vestido infantil (32,23%) e camiseta masculina (31,38%)”, comenta Dietze.
Os itens de vestuário tiveram um forte aumento neste ano de 2022 por conta o encarecimento dos insumos, como tecidos e malhas.O consumidor que queira dar algo diferente, por exemplo, uma bijuteria, pagará em média 18,92% a mais do que em 2021. Da mesma forma acontece para os brinquedos (13,11%) e perfumes (11,70%).
“É difícil escapar dos aumentos de preços. Porém, poucos itens estão variando abaixo da inflação média geral e até um aponta queda. O computador está com preços bem próximos do visto em 2021, com ligeiro aumento de 0,61%, enquanto o televisor apontou retração de 6,31%”, salienta o consultor econômico.
A Fecomércio-BA alerta que o nível de inadimplência em Salvador é recorde em 12 anos, o que dificulta a aquisição de itens para esta época do ano.
“É importante haver um planejamento dos gastos, para ter recursos na hora de pagar as dívidas em atraso e comprar alimentos e presentes que possam caber no bolso. Qualquer descontrole ou compra excessiva, gerará um dano para família, principalmente para o início do ano que chegam as tradicionais contas de matrícula escolar, IPVA, IPTU, entre outros.