Otimismo do empresário de Salvador aumenta 2,4% em agosto, aponta Fecomércio-BA
Em agosto, o ICEC – Índice de Confiança do Empresário do Comércio, calculado mensalmente pela Fecomércio-BA, registrou um avanço de 2,4%, alcançando 114,3 pontos, em comparação com os 111,6 pontos do mês anterior. Apesar das duas altas consecutivas, o índice atual está 3% abaixo do registrado no mesmo período de 2022, quando atingiu 117,7 pontos, sendo a alta taxa de juros o principal fator desfavorável.
O ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que valores entre 100 e 200 pontos indicam confiança dos empresários de Salvador, enquanto valores de 0 a 100 pontos refletem pessimismo. Quanto mais próximo dos extremos (0 ou 200 pontos), maior a confiança ou pessimismo dos empresários do comércio.
“O componente que apresentou a maior variação mensal foi o índice das condições atuais do empresário do comércio, com um aumento de 5,1%, atingindo 90 pontos. Isso reflete a percepção de que a economia brasileira e as empresas do setor estão melhorando. Apesar desse avanço mensal, é importante notar que a maioria dos entrevistados ainda expressa uma visão negativa. Isso sugere que o cenário de juros elevados, que afeta diretamente as vendas, continua sendo o principal obstáculo para uma recuperação mais robusta do otimismo”, esclarece o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Em relação ao índice de expectativa do empresário do comércio houve aumento de 1,6%, passando de 147,2 pontos em julho para 149,5 pontos em agosto.
“Existem indicadores favoráveis de médio e longo prazo, como a redução da taxa de juros ocorrida no início de agosto, que tornará o crédito ao consumidor mais acessível e auxiliará nas vendas. Além disso, a inflação mais baixa e o programa “Desenrola” são fatores que devem impulsionar o consumo das famílias”, salienta o economista da Federação.
Essa perspectiva otimista para o futuro está diretamente ligada ao aumento do índice de investimento do empresário do comércio, que registrou uma elevação de 1,4%, atingindo 103,3 pontos.
Apesar do cenário econômico promissor, com a redução dos juros, inflação controlada e maior geração de empregos, os empresários enfrentam desafios consideráveis para melhorar suas avaliações, especialmente em relação a seus próprios negócios.
No Brasil, a inadimplência das pessoas jurídicas duplicou em um ano. Ao contrário das famílias, que têm programas de renegociação de dívidas, as opções para as empresas são limitadas, geralmente envolvendo negociações diretas com os bancos.
Embora o aumento do otimismo em agosto seja um ponto positivo, ainda é um caminho longo para que os empresários fiquem otimistas no curto prazo, especialmente dadas as atuais condições. “A redução da taxa SELIC foi um passo inicial, mas a queda dos juros e o fortalecimento das vendas ao longo do segundo semestre serão necessários para uma recuperação mais rápida do otimismo”, analisa Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA.