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VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO DE ALIMENTOS – FEVEREIRO 2024

Central do Conhecimento, Varejo Baiano
16 de abril de 2024

INFLAÇÃO DE ALIMENTOS DEVE PREJUDICAR VENDAS, APONTA FECOMERCIO-BA

Reajuste das mensalidades escolares puxaram os gastos com educação e problemas climáticos seguiram pressionando os preços de alimentos

A inflação na Região Metropolitana de Salvador acelerou de 0,13% em janeiro para 0,96% em fevereiro de 2024, conforme apontam os cálculos da Fecomércio-BA com base nos dados do IBGE. Apesar dessa aceleração, a avaliação dos resultados acumulados em 12 meses indica a partir dos atuais 3,65% uma situação de preços mais controlados do que há um ano, quando o índice estava em 6,51%.

Como era esperado e sinalizado pela Entidade, a principal pressão sobre os preços veio do grupo de educação, com um aumento mensal de 5,95%. O resultado se deve aos reajustes sazonais nas matrículas e em outros cursos no início do ano letivo. No entanto, é importante notar que esse aumento é pontual, com possíveis resquícios no mês seguinte, mas tende a se estabilizar a partir de abril.

Os grupos de alimentos e transportes, que representam uma parcela significativa do orçamento familiar, também contribuíram substancialmente para a alta observada no mês. O grupo de alimentação e bebidas registrou a terceira alta mensal consecutiva, encerrando fevereiro com um aumento de 1,11%. A persistência dos efeitos do evento climático El Niño tem prejudicado o lado da oferta, ao mesmo tempo em que a demanda permanece em patamar elevado, o que deve continuar a pressionar os preços nos próximos meses. Ressalta-se que esse grupo corresponder a quase um terço do orçamento das famílias de renda mais baixa.

Já o grupo de transportes, que apresentou igual variação de 1,11%, mostrou aumentos de 3,88% na gasolina e de 3,02% no diesel. Esses itens causam impactos diretos e indiretos sobre o orçamento das famílias, isto é, através dos gastos adicionais com combustível, como também pelo aumento dos custos de transporte que pressiona os preços no setor de logística e, consequentemente, no varejo. A Fecomércio-BA vem alertando nos últimos meses sobre os impactos que o encarecimento dos combustíveis pode exercer sobre os custos de operação das empresas que pode refletir negativamente no desempenho das vendas do comércio neste primeiro semestre do ano.

Além disso, foram observados aumentos mensais de 0,86% no grupo de saúde e cuidados pessoais, 0,46% em habitação e 1,40% em comunicação, embora esses tenham exercido menor impacto sobre o resultado do mês. Cabe ressaltar, no entanto, que ao longo dos últimos 12 meses, o grupo de saúde e cuidados pessoais registrou a segunda maior alta entre as nove categorias avaliadas, com uma variação de 6,16%.

Por outro lado, três grupos contribuíram para conter a inflação de fevereiro, sendo o principal deles o segmento de vestuário, que registrou uma queda mensal de -1,45%. O grupo de despesas pessoais também contribuiu com variação de -0,13% enquanto os artigos de residência apresentaram estabilidade técnica, com -0,03% no último mês.

Apesar do impacto positivo causado pela redução das taxas de juros, é possível que esses benefícios estejam sendo de alguma forma tolhidos pelo aumento dos preços dos principais itens de consumo. Este cenário de aumentos frequentes nos preços de alimentação, transporte, saúde e despesas pessoais coloca em evidência os desafios enfrentados tanto pelos consumidores quanto pelos empresários, exigindo adaptação e estratégias para lidar com a pressão inflacionária.

Diante disso, é esperado que 2024 seja um ano bastante desafiador para consumidores e empresários e a manutenção de alta sobre os preços ainda pode limitar o ciclo de cortes na taxa básica de juros e impactar significativamente o consumo das famílias e os resultados do varejo na Bahi