Artigo: Estimular o consumo para mover a economia
O ano de 2020 está sendo de grande sacrifício para todo o mundo e não seria diferente para o setor do comércio de bens e serviços da economia baiana. A pandemia do coronavírus desestruturou os mercados, reduziu a demanda a níveis baixíssimos e atingiu em cheio o setor terciário, que é composto, majoritariamente, por pequenas e médias empresas. Mas, felizmente, os números da pandemia estão começando a se estabilizar, como atestam os órgãos de saúde. O comércio voltou a funcionar, os shoppings centers reabriram suas portas, seguindo uma série de protocolos rígidos, e a maioria dos segmentos está atendendo ao público novamente.
A economia vem se recuperando aos poucos e as vendas no comércio varejista baiano registraram em julho de 2020 um crescimento de 9,7%, frente ao mês anterior, após aumentos de 7,7% e 11,1%, em junho e maio de 2020. É preciso, portanto, potencializar essa fase, pois a incerteza ainda paira em relação ao futuro, não apenas no que concerne à economia – o auxílio emergencial, que impediu uma queda nas vendas ainda maior, foi reduzido pela metade-, como também em relação à saúde, uma vez que uma segunda onda de contágio do coronavírus não pode ser totalmente descartada.
Aqui, vale lembrar dos cuidados que todos nós, cidadãos baianos, devemos ter no cumprimento dos protocolos, pois a preservação da vida é nossa preocupação primordial e é uma responsabilidade de todos. Nesse cenário, também é preciso alertar os empresários para o momento especial que o nosso Estado e País vivem. É chegada a hora de investir em promoção e oferecer aos clientes ofertas atrativas que ampliem seu leque de oportunidades. Nesse sentido, saliento que uma parcela dos trabalhadores, especialmente das famílias da classe média, que conseguiram manter seu salário durante a pandemia, terminaram por fazer uma espécie de “poupança forçada”. Isso porque o isolamento social tirou as pessoas das ruas e com isso houve uma redução significativa de despesas, com combustível, gastos com restaurantes, bares, entretenimento e compras de todo tipo que foram suspensas pela impossibilidade de circular. Com isso formou-se uma massa de recursos que está girando na economia, essa “poupança forçada” que agora pode transformar-se em consumo e impulsionar o varejo. Os agentes econômicos (comerciantes) que durante meses viram seu faturamento cair drasticamente, podem agora apresentar ofertas e vantagens que estimulem o uso dessa poupança no consumo, que é o motor da economia. As empresas precisam, portanto, identificar essas e outras oportunidades, afinal, a recessão aconteceu e atingiu fortemente a todos, mas é hora de olhar para o futuro e buscar como alavancar os negócios para que o último quadrimestre do ano possa ser de crescimento.