Artigo | Dia do Comerciante
Por Kelsor Fernandes, presidente do Sistema Comércio BA
Neste mês de julho comemoramos, no território nacional, o Dia do Comerciante, em 16 de julho. Com frequência, a atividade econômica do comércio é imediatamente associada às gigantes varejistas, dotadas de estruturas robustas e visibilidade nacional. De fato, essas empresas respondem por uma parcela significativa do faturamento do nosso setor. Entretanto, é fundamental reconhecer que o comércio brasileiro e baiano é majoritariamente composto por micro, pequenas e médias empresas. Segundo dados do IBGE, 97% dos estabelecimentos comerciais no Brasil possuem até 19 funcionários.
São esses empreendedores que conduzem, com dedicação e proximidade, a rotina dos negócios — com a tradicional “barriga no balcão” — para atender a milhões de consumidores. São eles que respondem por faturamento anual superior a R$ 230 bilhões no Estado, gerando mais de 400 mil empregos formais, conforme os dados mais recentes do Caged/MTE.
Apesar do cenário atual com desempenho positivo nas vendas em diversos segmentos, impulsionado por um ambiente econômico mais favorável — temos a menor taxa de desemprego da história, aumento da renda e maior oferta de crédito —, os desafios para a operação diária do Comércio de Bens, Serviços e Turismo permanecem numerosos.
Cito como fator crítico a violência urbana, que atinge principalmente os lojistas de rua, frequentemente vítimas de assaltos, com perdas de produtos e estoques. Apesar de constantes registros, ainda não se vislumbra uma solução efetiva no curto prazo por parte dos poderes públicos.
Ademais, temos os eternos problemas estruturais que comprometem o ambiente para quem ousa empreender nesse País: a elevada carga tributária, os altos juros, que encarecem o crédito — elemento vital para a gestão do dia a dia —, e a inflação persistente, que corrói o poder de compra da população e afeta as margens dos produtos.
Devido a esses motivos, o nosso Sistema, encabeçado pela CNC, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, clama por uma Reforma Administrativa completa nesse País. Precisamos otimizar os recursos públicos, pois nada adianta uma Reforma que simplifique os tributos, deixando de lado o motivo dos altos impostos: o gasto público elevado e descontrolado que é a causa da elevada tributação. Situação que se arrasta há décadas no Brasil.
Considerando os últimos 20 anos, nosso País cresceu o gasto público a uma taxa 5,3% ao ano, ao passo que a receita cresceu 3,5% a.a. Essa dinâmica nos leva a um peso insustentável e que está chegando ao seu limite. Precisamos de equilíbrio para o Brasil crescer!
Diante desse cenário, o comerciante se revela um verdadeiro guerreiro, que enfrenta inúmeros obstáculos com força e perseverança. Neste mês de julho, é tempo de celebrar a força do comércio, reconhecer a resiliência dos empresários, a capacidade de geração de empregos e sua proximidade com a sociedade. Não há Estado forte sem comércio forte.