ICEC | JULHO 2025

Confiança do empresário recua -0,8% em julho, aponta Fecomércio BA

Cenário futuro ainda é o ponto de cautela dos empresários que minam as iniciativas de investir e contratar.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apresentou nova retração em julho, ao atingir 106,7 pontos — uma leve queda de 0,8% em relação a junho e de 1,1% na comparação anual, quando o indicador marcava 107,9 pontos.
O ICEC varia entre 0 e 200 pontos. Valores entre 100 e 200 indicam um cenário de confiança por parte dos empresários do comércio de Salvador, enquanto pontuações entre 0 e 100 refletem pessimismo.

Mais uma vez, observou-se uma discrepância entre as avaliações dos cenários presente e futuro. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou crescimento mensal de 1,6%, alcançando 82 pontos. A recuperação foi mais acentuada na percepção sobre a economia em geral (alta de 3,7%) do que em relação à situação atual das próprias empresas (alta de 0,4%). Ainda assim, a pontuação do subgrupo que avalia a economia permanece em 64,3 pontos, enquanto o subgrupo que analisa as empresas registra 100 pontos, evidenciando maior otimismo em relação aos próprios negócios do que ao cenário macroeconômico.

Quanto às expectativas para os próximos meses, houve uma leve queda de 0,3% no Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que passou de 138 para 137,6 pontos. Apesar da retração, a avaliação segue bastante positiva quanto às empresas (150,9 pontos), embora menor no que diz respeito à economia brasileira como um todo (122,9 pontos).

Esse cenário de menor otimismo em relação ao futuro próximo acaba por impactar as intenções de investimento e contratação por parte dos empresários. O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) caiu 3,2%, resultado da queda de 4,2% no nível de investimento nas empresas e de 2,5% no indicador relacionado à contratação de funcionários.

A pesquisa ainda não capturou os possíveis efeitos do recente anúncio do “tarifaço” americano sobre o Brasil, que impôs uma sobretaxa de 50% nas importações de produtos brasileiros pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Há grande incerteza quanto às medidas que de fato serão implementadas e seus impactos sobre a economia nacional. Caso a taxa elevada se mantenha, há uma tendência de desaceleração do crescimento econômico.

Além disso, a atual taxa básica de juros, em 15% ao ano, já vem exercendo pressão sobre a atividade econômica. O alto custo do crédito representa um desafio relevante para os empresários, dada a sua importância para as operações cotidianas do setor.
Dessa forma, a confiança do empresário do comércio em Salvador tende a permanecer sob pressão nos próximos meses, mesmo diante de um cenário de inflação mais controlada. Os juros elevados e a nova política tarifária americana são fatores determinantes que deverão influenciar a dinâmica do setor comercial ao longo do segundo semestre.