ICEC | MARÇO 2023
OTIMISMO DO COMÉRCIO SUPERA EM 7% O NÍVEL DO ANO PASSADO, APONTA FECOMÉRCIO-BA
Na comparação mensal, houve queda de 2,8%. Juros elevados dificultam vendas no varejo.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apontou, em março, queda de 2,8% em relação a fevereiro e atinge os 116,9 pontos. Apesar da queda, o otimismo atual está 6,9% acima do visto no mesmo período do ano passado.
O ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre o intervalo de 100 a 200 pontos é considerado um patamar de confiança dos empresários de Salvador e, de 0 a 100 pontos, nível de pessimismo. Quanto mais perto dos extremos, 0 e 200 pontos, mais confiante ou mais pessimista estará o empresário do comércio.
O índice que mais evoluiu no período de um ano foi o das condições econômicas atuais, com 13,6%. O patamar está em 94,7 pontos na média, porém, quando a avaliação é em relação as empresas do comércio, o nível está em 105,7 pontos. Ou seja, há um otimismo em relação às empresas maior do que há com a economia em geral.
De fato, embora as condições dos consumidores tenham melhorado em um ano, com mais emprego e uma inflação mais moderada, o juro alto fica sendo o grande desafio para a economia como um todo, dificultando o processo de aceleração do crescimento.
Na comparação mensal desse sub-índice, das condições atuais, houve queda de 7,9%, influenciado principalmente pelo ambiente macroeconômico.
Contudo, a avaliação menos otimista no presente não tem afetado ainda a ponderação em relação ao futuro próximo. O sub-indice de expectativa do empresário do comércio ficou estável no mês, nos 150,8 pontos, e com variação anual positiva de 2,7%.
De mesma forma, o otimismo mais elevado está concentrado quando se avalia a situação atual das empresas do comércio, com 158,1 pontos, contra 143,3 pontos da expectativa da economia brasileira.
Contando com as dificuldades do momento, o empresário ajusta também a sua confiança em relação a contratação e investimento. O sub-índice de investimento do empresário caiu 2,5% em relação a fevereiro, porém está 7,4% acima do visto em março de 2022.
Vale ressaltar que essa queda mensal pode ser considerado como um ajuste de confiança após um período importante para o comércio, de Natal e Liquidações. De qualquer forma, os índices de investimento e contratação estão na área otimista, de 104,8 pontos e 124,3 pontos, respectivamente. Ou seja, a maioria dos empresários com tendência a aumentar o quadro de funcionários e os aportes para aquisição de máquinas e equipamentos.
Em resumo, a situação do comércio e dos consumidores está melhor do que há um ano. No entanto, as vendas atuais estão num ritmo mais lento do que o esperado para esta época do ano, o que reduz a confiança nos últimos meses. O grande vilão é o juro alto, quase que proibitivo para compras de bens que precisam, em sua maioria, ser adquiridos através do crédito, como os carnês, financiamento de veículos e assim por diante. O alto grau de inadimplentes é outro problema a ser enfrentado.
Como não há previsão para redução da taxa de juros, o comércio seguirá trabalhando no seu dia a dia com todas as dificuldades apontadas. Com mais emprego e renda, é o que tem dado esse alívio momentâneo para os empresários, se mantendo num patamar de otimismo e aguardando um cenário mais favorável para contribuir para uma evolução mais forte do ICEC.