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ICF 2022 | OUTUBRO

ICF
28 de outubro de 2022

INTENÇÃO DE CONSUMO CRESCE 2,2% EM OUTUBRO, ATINGE 91,3 PONTOS E SE APROXIMA DE NÍVEIS PRÉ-PANDEMICOS, AVALIA FECOMÉRCIO-BA

Inflação mais baixa tem ajudo na redução da insatisfação das condições econômicas das famílias.

 

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, registrou o 11º aumento em 12 meses. Em outubro, houve aumento de 2,2% e o índice atingiu 91,3 pontos, o mais elevado desde abril de 2020.

Em relação a outubro de 2021, a alta foi de 18,9%, quando o ICF foi de 76,8 pontos. Além disso, o atual patamar está muito próximo do nível pré-pandemia, pois nesse mês de 2019 o indicador estava nos 96,4 pontos, e se considerar outubro de 2018, o atual patamar está 1,5% acima.

Dos sete itens analisados pelo ICF, o destaque foi do item Perspectiva de Consumo que além de ter evoluído 6,6%, retornou ao patamar de satisfação, acima dos 100 pontos, ao atingir 105,3 pontos em outubro, 26,9% superior ao nível de um ano antes. Esse é o maior patamar desde março de 2019.

Embora as famílias soteropolitanas estejam mais dispostas em aumentar os gastos nos próximos meses, no curto prazo o cenário é mais delicado. Isso porque o item Nível de Consumo Atual cresceu 3,7%, mas ainda está com um grau elevado de insatisfação, de 66,6 pontos, patamar 7,5% abaixo de outubro do ano passado.

Essa discrepância pode ser explicada pela inflação mais moderada e o alto nível de inadimplência. Ou seja, apesar de saber que os preços devem arrefecer, o que ajudará nas compras e no pagamento de dívidas, no dia a dia os efeitos ainda são pequenos, o que não permite um avanço maior dos gastos, além dos essenciais.

Outro item que ajuda a compreender as consequências positivas de uma inflação mais baixa é o Renda Atual, que avançou 3,9% e retorna ao patamar de satisfação, com 103,2 pontos.

Ao mesmo tempo, as famílias soteropolitanas estão com otimismo em relação ao emprego. O item Emprego Atual registrou leve recuo de 0,6%, mas se posiciona nos 113,7 pontos, patamar 30,3% acima do visto há um ano. Isso mostra a maior segurança das famílias no atual cargo.

Para os próximos meses, o item Perspectiva Profissional mostra o otimismo de uma melhoria profissional para o responsável pelo domicílio, com o crescimento mensal de 1,8% e alcançar os 119,9 pontos. No contraponto anual houve elevação de 85,1%.

Mesmo com a combinação de inflação mais baixa e melhora no emprego, não há sinais de intenção de aquisição de produtos duráveis. O item Momento para Duráveis retraiu 5,7% e retorna aos 34,9 pontos, alto grau de insatisfação. São 80% dos entrevistados que dizem ser um mau momento para compra de bens como geladeira, fogão, televisor e etc.

É natural que isso aconteça dado o alto grau de famílias endividadas e da escalada da taxa de juros, elevando o custo desses produtos na ponta. De qualquer forma, o crédito ainda parece facilitado para as famílias. O item Acesso a Crédito cresceu 2,1% e atinge os 95,5 pontos. Muitos consumidores da capital baiana enxergando facilidade na obtenção de crédito para compras à prazo. Não à toa que o cartão de crédito continua sendo líder entre os endividados.

A tendência desses números de outubro foi muito similar entre as faixas de renda analisadas pela pesquisa. O ICF das famílias com renda até 10 salários-mínimos avançou 2,3%, enquanto para a faixa mais elevada de renda, a alta foi de 1,8%. No entanto, há uma discrepância na pontuação, de 88,1 pontos para o primeiro e 125,6 pontos para o segundo. Ou seja, ainda há uma insatisfação das condições econômicas para as famílias de renda mais baixa. Isso pode ser explicado pela deflação não ter chegado de fato à essas famílias, principalmente no principal grupo de consumo, alimentos e bebidas.

A trajetória ascendente do ICF deve se manter. O mercado de trabalho continua dando sinais de aquecimento e a inflação, por outro lado, indica esfriamento. Desta forma, dará um ânimo a mais às famílias de Salvador Se os juros tivessem em queda, o cenário seria ainda mais favorável. Porém, diante de todas dessas circunstâncias, o saldo é positivo e a melhora será sentida de forma gradativa e no longo prazo pelo consumidor.

Infelizmente, pode deixar um final de ano com um desempenho aquém do esperado para essa época do ano. Mas o mais importante é que a melhora se dá de maneira sólida, dando condições de enxergar um futuro, leia-se 2023, mais prospero para as famílias e, por consequência, para a economia geral da região.