ICF | AGOSTO 2023
OTIMISMO DO CONSUMIDOR DE SALVADOR FICA PRATICAMENTE ESTÁVEL EM AGOSTO, APONTA FECOMÉRCIO-BA
Nível atual é o mais elevado em 8 anos. Condições econômicas das famílias seguem favoráveis.
O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, ficou tecnicamente estável em agosto ao atingir 106,7 pontos ante os 106,4 pontos de julho, variação de 0,3%. O patamar atual é o mais elevado em 8 anos. Na comparação anual, houve avanço expressivo de 20,8%, quando naquele mês de 2022 o ICF ficou em 88,3 pontos.
O ICF varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio.
O resultado de agosto foi desigual quando analisados os itens que compõem o indicador. Quatro dos sete ficaram tecnicamente estáveis, como renda atual (-0,3%), perspectiva profissional (-0,2%), nível de consumo atual (-0,2%) e perspectiva de consumo (-0,1%). Desses, somente o nível de consumo atual que ainda está abaixo dos 100 pontos, com 86,4 pontos. Os demais estão no nível de satisfação.
No campo negativo, o emprego atual recuou 2,1% e atinge os 127,6 pontos no mês.
E no sentido positivo, o destaque foi do acesso a crédito, com alta mensal de 4,2% e chega aos 97,9 pontos. O item momento para duráveis cresceu 3%, ao passar de 57,3 pontos em julho para os atuais 59 pontos.
São duas as análises que precisam ser feitas com esses dados de agosto. A primeira delas é que o cenário atual é muito melhor do que há um ano, com recuperação expressiva da confiança, com largo aumento na avaliação sobre emprego, renda e consumo.
Essa melhora está ligada à deflação de alimentos e ao mercado de trabalho aquecido. Em números, os preços médios do principal grupo de consumo das famílias caíram 0,94% em junho e 0,70% em julho. E a taxa de desemprego em Salvador caiu de 16,7% para 16%, entre o primeiro e segundo trimestre, dados do IBGE.
Para uma segunda análise do ICF, pode ser que o indicador tenha perdido o fôlego após uma sequência importante de variações positivas. Isso não significa um cenário ruim, mas um ajuste natural de confiança após os efeitos da inflação mais baixa já ter surtido algum efeito no dia a dia das famílias de Salvador. Assim, o indicador deve ficar oscilando, nos próximos meses, ao redor do patamar atual.
Para que haja um aumento mais forte, seria necessária uma injeção de recursos, o que deve vir mais para o final do ano com o 13º salário. E embora o juro básico tenha caído, no curto prazo o efeito ainda é muito pequeno para o consumidor.
Portanto, o cenário é satisfatório e otimista para as famílias soteropolitanas. Não há qualquer indicativo de reversão significativa do quadro atual, pelo contrário. A tendencia no médio e longo prazo é de aumento do ICF e, no curto prazo, uma oscilação que ocorre frequentemente.