ICF | FEVEREIRO 2024
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS VOLTA A AVANÇAR E ATINGE 12 MESES EM PATAMAR OTIMISTA, APONTA FECOMERCIO-BA
Resultados de fevereiro indicam melhora na perspectiva de acesso a crédito e aquisição de bens duráveis O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, registrou alta de 3,8% em fevereiro, alcançando os 114,3 pontos – melhor resultado desde abril de 2015. No contraponto anual, houve crescimento de 12,6% em relação aos 101,5 pontos de fevereiro de 2023 – mês que marcou a volta do índice ao patamar de otimismo após 33 meses. O ICF varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio. O item renda atual registrou em fevereiro a quinta alta mensal consecutiva alcançando a maior pontuação entre os componentes do ICF. Os atuais 138,7 pontos representam variação mensal de 11,2% e anual de 24,6%, além de ser o melhor resultado desde janeiro de 2015, quando o item marcava 140,3 pontos. Após apresentar retração em janeiro, o item acesso ao crédito voltou a avançar em fevereiro retornando ao patamar otimista, com 106,2 pontos, decorrente de um aumento de 8,7% na variação mensal e de 13,5% em relação a fevereiro do ano passado. O olhar mais otimista tanto sobre a capacidade de consumo atual, como também sobre a facilidade na captação de crédito para compras a prazo podem explicar o resultado expressivo registrado pelo componente momento para duráveis em fevereiro. O item apresentou a maior variação mensal, de 15,4%, e também a maior variação anual, com alta de 95,8% em comparação a fevereiro de 2023. E, embora ainda se mantenha em nível de insatisfação, com 88,3 pontos, esta é a maior pontuação observada desde março de 2015 (90 pontos). E, de fato, o item nível de consumo atual apresentou alta mensal de 3,6% e alta anual de 23,4% em fevereiro. Os atuais 95,6 pontos demonstram que os soteropolitanos ainda não estão satisfeitos com sua capacidade de consumo, mas representam um considerável avanço em relação aos 77,4 pontos registrados há um ano. E o item que avalia a perspectiva futura de consumo reitera este cenário, apontando retração mensal de -5,2% e de -10,7% no contraponto anual, encerrando o mês de fevereiro com 112,8 pontos. De modo geral, as movimentações observadas na pontuação sobre a percepção de consumo presente como também na avaliação sobre o consumo futuro decorrem de uma frequência maior daqueles que enxergam estabilidade no cenário atual. Por exemplo, os participantes da pesquisa que afirmaram estar comprando a mesma coisa que o ano passado avançou de 28,6% em fevereiro de 2023 para 43,1% em fevereiro de 2024. No mesmo sentido, há um ano, 18% dos respondentes acreditavam que manteriam o mesmo nível de consumo nos meses seguintes ao passo que atualmente, 33,6% dos participantes têm a mesma opinião. E o avanço nas intenções de consumo das famílias em Salvador parece estar apoiado sobre uma perspectiva mais otimista na segurança sobre as condições atuais de trabalho. Em fevereiro, o item emprego atual registrou variação mensal de 5,5% e alta anual de 10%, chegando a 134,3 pontos. Resultado melhor que o atual não era observado desde abril de 2014, quando o item estava em 135,9 pontos. Por outro lado, não houve melhora nos resultados do componente perspectiva profissional, que encerrou o mês em 125 pontos – resultado 6,8% abaixo do mês anterior e 7,6% abaixo de fevereiro de 2023. Após atingir 143,7 pontos em julho do ano anterior, o componente vem em tendência de queda nos últimos meses, com um aumento progressivo daqueles que dizem não esperar uma melhoria profissional nos seis meses seguintes à participação na pesquisa. A avaliação das percepções de consumo segundo o poder aquisitivo das famílias revela que o avanço observado em fevereiro reflete uma melhora nas percepções dos lares com receita de até 10 salários mínimos – alta de 4,1% na valiação mensal – ao passo em que as famílias com receita superior a 10 salários mínimos indicaram piora na percepção de consumo em relação ao mês anterior – queda de -14,9% em relação a janeiro. Ainda assim, o nível de otimismo atual é maior entre as famílias com maior renda (123 pontos) do que as menos abastadas (111,3 pontos). Diante dos resultados de fevereiro, fica evidente que as perspectivas econômicas positivas se mantêm na opinião das famílias residentes na capital baiana. As altas consecutivas em diversos componentes do índice de intenção de consumo e quedas pontuais em itens que seguem com pontuação elevada sinalizam um ambiente propício para o crescimento econômico e o fortalecimento do poder de compra das famílias, indicando um cenário promissor para o comércio varejista em 2024.