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ICF | JUNHO 2023

ICF
26 de junho de 2023

FAMÍLIAS DE SALVADOR AMENTAM O APETITE PARA CONSUMIR EM JUNHO, APONTA FECOMÉRCIO-BA

Índice cresce 0,9% no mês com a maior segurança no emprego e na renda.

 

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apresentou crescimento de 0,9% em junho na comparação com o mês anterior e atinge os 104,1 pontos, o maior nível desde abril de 2020. Na comparação com junho do ano passado, o aumento foi de 22%, quando o ICF foi de 85,4 pontos.

O ICF varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio.

Esse resultado significa que os lares soteropolitanos estão avaliando de forma mais positiva as suas condições econômicas em relação ao emprego e renda. Dos sete itens que são avaliados, o que mais subiu é o nível de consumo atual, com 3,3% e sobe para os 82,4 pontos. No contraponto anual o avanço foi de 30,8%.

Isso é possível porque os consumidores estão mais seguros em seus empregos. O item emprego atual cresceu 2,2% contra maio e chega aos 128 pontos. E num olhar de médio prazo, a avaliação também é favorável. O item perspectiva profissional, embora tenha subido 0,5%, é o mais bem avaliado, com a maior pontuação, com 138,3 pontos. Em termos percentuais, 2 a cada 3 famílias estão dizendo que deve haver uma melhora profissional para o responsável pelo domicílio nos próximos 6 meses.

E a inflação mais amena tem colaborado para um impacto mais suave sobre o orçamento familiar. O item renda atual apontou, em junho, alta de 2% e atinge os 118,7 pontos. Esse é um ótimo sinal para o consumo de curto prazo, pois pode indicar que esse alívio no bolso deve estar sendo direcionado para as compras do dia a dia.

Apesar do crédito ainda caro e um pouco mais de difícil acesso, como mostra o item acesso a crédito que recuou 1,2% e volta aos 93,3 pontos, as famílias da região estão retomando de forma gradativa a intenção de compras de produtos como geladeira, fogão, televisores, etc. O item momento para duráveis cresceu 4,4% e sobe para os 57 pontos. Ainda está num patamar muito baixo, porém está 37,3% acima do visto no mesmo período do ano passado.

E, por fim, o item perspectiva de consumo que retraiu 2,7%, mas ainda está na área de satisfação, acima dos 100 pontos, com 111,2 pontos.

Na avaliação por faixa de renda, o índice que mais avançou foi das famílias com renda superior a 10 salários-mínimos, com 1,3% e bate nos 137,2 pontos. Para o grupo de renda inferior a 10 SM, o ICF foi de 101 pontos, alta ligeira de 0,9% no contraponto mensal.

O histórico recente do indicador mostrou uma tendência clara, de uma melhora importante na segurança no emprego e na renda. No entanto, até então, não conseguia se reverter em consumo de curto prazo dado o quadro complexo do alto número de famílias inadimplentes.

Agora, com as famílias já conseguindo pagar os débitos atrasados, o ICF tem indicado que está havendo uma intenção de se ampliar os gastos do dia a dia, naquele consumo de supermercados, farmácias e no máximo um ou outro item um pouco mais caro.

O que deve acontecer, diante de um processo positivo e contínuo da geração de emprego e de controle da inflação, é a manutenção dos gastos atuais e expansão no consumo de longo prazo. Até porque o crédito ficará relativamente mais barato com a possível decisão de corte de juros em agosto.

Portanto, o ICF traz um cenário favorável das famílias de Salvador e que gerará consequências positivas para o comércio da região, dando um ritmo mais forte para a economia local.