ICF | JUNHO 2025
INTENÇÃO DE CONSUMO EM SALVADOR FICA ESTÁVEL EM JUNHO, APONTA FECOMÉRCIO BA
No entanto, no comparativo anual houve queda de 1,8%.
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, manteve-se tecnicamente estável em junho, ao registrar 107,4 pontos, contra 107,5 pontos no mês anterior. No entanto, o atual patamar está 1,8% abaixo do observado no mesmo período do ano passado, quando marcou 109,4 pontos.
O ICF varia de 0 a 200 pontos: quanto mais próximo de 200, maior o otimismo; valores mais próximos de 0 indicam mais pessimismo.
Entre os sete itens analisados pela pesquisa, o destaque positivo foi o item acesso ao crédito, que registrou alta de 2,5%. Esse resultado interrompe um ciclo de três quedas consecutivas e devolve o indicador aos exatos 100 pontos — sinalizando um equilíbrio entre os consumidores que percebem maior facilidade e os que sentem mais dificuldade em obter crédito para compras a prazo.
Apesar da elevação da taxa de juros, o mercado de trabalho ainda assegura certa disponibilidade de crédito às famílias da região. Prova disso é o desempenho do item emprego atual, que apresentou leve crescimento de 0,3% em relação a maio, alcançando 132,2 pontos — o maior entre os componentes do índice. Esse resultado reflete a percepção de segurança das famílias em relação à sua situação laboral atual.
Em seguida, destaca-se o item nível de consumo atual, que em junho atingiu 89,7 pontos — alta de 1,7% frente a maio, mas queda de 4,7% na comparação anual. Essa recuperação mensal parece mais um alívio pontual após sucessivas quedas do que uma reversão sustentada da tendência de consumo.
A inflação menos acentuada na região contribuiu para evitar uma deterioração maior do cenário, ajudando na preservação do poder de compra das famílias. O item renda atual permaneceu praticamente estável, com 121,6 pontos — variação de 0,2% sobre o mês anterior — embora apresente queda de 1,1% na comparação com junho do ano passado.
No campo positivo, o item momento para duráveis apresentou alta mensal de 0,8%, alcançando 63,8 pontos. Apesar da melhora, esse resultado ainda se encontra em uma zona de forte pessimismo. Por um lado, pode haver maior facilidade para obtenção de crédito; por outro, as famílias demonstram resistência em comprometer sua renda em prazos mais longos, especialmente diante de um cenário econômico incerto.
De fato, o horizonte se mostra menos otimista. O item perspectiva profissional retraiu 2,9%, retornando aos 132 pontos, enquanto o item perspectiva de consumo recuou 1,7%, ficando em 112,8 pontos. Ambos também apresentaram retrações na comparação anual: -1,3% e -6,9%, respectivamente.
Dessa forma, a tendência é que o ICF se estabilize, inicialmente, em um patamar inferior de confiança — anteriormente acima dos 110 pontos, agora mais próximo dos 105. O crédito mais caro e a persistência da inflação sobre os alimentos reforçam um cenário desafiador, resultando, naturalmente, em um ajuste no grau de confiança das famílias.