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ICF | SETEMBRO 2024

ICF
26 de setembro de 2024

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR VOLTA A CRESCER APÓS 3 MESES DE QUEDA, AVALIA FECOMERCIO-BA

Melhora no emprego e no consumo animam consumidores em Salvador.

Após três meses de variações negativas, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, volta a registrar crescimento. Em setembro, houve elevação de 2,8% e o índice atingiu os 108,3 pontos, também 1,8% acima do visto um ano antes, de 106,4 pontos. Para um entendimento mais fácil, que o ICF é um indicador de confiança que varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre 100 e 200 pontos é considerado o patamar de satisfação ou otimismo. E entre 0 e 100 pontos considerado nível de insatisfação com as condições econômicas do domicílio.  Foram seis altas entre os sete itens analisados pela pesquisa. As maiores delas foram ligadas ao consumo, como o nível de consumo atual com 6% e perspectiva de consumo com 5,8%. O primeiro avançou para os 94,5 pontos, um dos mais elevados da série histórica, e o segundo foi para os 117,4 pontos. Ambos também apresentaram elevação no contraponto anual. As famílias passam a gastar mais ou se planejam em expandir os seus gastos quando estão mais seguras em seus empregos. E é isso que o ICF mostra. Em setembro, houve aumento de 2,1% no emprego atual, ao passar de 130 pontos em agosto para os atuais 132,7 pontos, sendo o mais bem avaliado no mês. Quase metade das famílias, 47,8% dizem estar mais seguras em seu emprego em relação ao ano passado. E o item perspectiva profissional cresceu 3,2% e subiu para os 129,2 pontos. Esse é o único que registra queda anual, de 9%. Porém, a Fecomércio-BA vem explicando ao longo das análises que seria um processo natural. Quando há um momento de ciclo de aumento no emprego, as pessoas vislumbram um cenário mais positivo e uma chance de melhora profissional no futuro próximo. No entanto, quando esse ciclo de expansão já chega próximo ao limite, há uma percepção de que os ganhos mais relevantes já aconteceram e que as chances de melhoria profissional acabam se reduzindo. Ou seja, não que seja um quadro negativo, pelo contrário, é só o momento — em relação ao emprego – que está praticamente no auge. Outro aumento em setembro foi do item acesso a crédito de 1,6% na comparação com agosto e vai aos 96,9 pontos. Com o mercado de trabalho aquecido e o menor risco de inadimplência, o sistema financeiro reduz a seletividade e fica mais fácil obter financiamento para compras a prazo. E o item renda atual apresentou leve crescimento de 0,8% e sobe aos 122,3 pontos. O ganho real de renda pelo mercado de trabalho, evidentemente beneficiado pela inflação mais baixa, traz esse otimismo em relação à renda, com um sentimento de poder de compra mais fortalecido. E, por fim, o item momento para duráveis que ficou tecnicamente estável com redução quase que mínima de −0,2% e fica nos 65,4 pontos. Embora seja um patamar relativamente baixo, desde 2016 vem oscilando próximo a 60 pontos, o que traz uma certa normalidade. Na análise por faixa de renda, houve aumento de 3,1% para o ICF das famílias com renda de até 10 salários-mínimos, indo para 105,6 pontos, e alta de 0,9% para o grupo de renda mais alta, atingindo os 137,6 pontos. Como a inflação está moderada, com deflação, inclusive, no grupo de alimentos e bebida, favorece imediatamente as famílias de renda mais baixa. A tendência é que o ICF siga numa tendência positiva até o final do ano, sobretudo com a chegada do 13º salário e com a manutenção da inflação num patamar mais baixo. O clima de Black Friday e Natal com mais dinheiro no bolso deverá ser de mais otimismo, contribuindo para que haja uma expansão no consumo.