INFLAÇÃO JANEIRO
COMBUSTÍVEIS, ENERGIA E ALIMENTOS DISPARAM E INFLAÇÃO SEGUE PRESSIONADA NA RMS, AVALIA FECOMÉRCIO-BA
Embora menos pressionada do que em 2022, patamar da inflação continua elevado e liga alerta para o comércio.
Este início de ano não está sendo fácil para o bolso dos consumidores na Região Metropolitana de Salvador. Segundo dados do IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, a inflação em janeiro foi de 1,09%, muito acima dos 0,39% vistos no mês anterior. No acumulado em 12 meses, a alta é de 6,53%
Três de nove grupos analisados pelo Instituto foram responsáveis por quase 80% da alta no mês de janeiro. O grande vilão foi o grupo de transportes que registrou aumento médio mensal de 2,28% e pressionou o índice geral com 0,42 ponto percentual. Essa alta foi ocasionada pelos aumentos da gasolina (6,34%) e do etanol (13,69%), além de alguns itens de consumo pelo lado dos serviços como taxi (15,67%) e transporte público (1,01%).
Embora tenha havido uma redução do preço do diesel agora em fevereiro, não deve aliviar tanto os preços do grupo nos próximos meses. Primeiro que esse item tem um peso relativo pequeno no IPCA e, segundo, deve voltar, a partir de março, os impostos federais sobre os combustíveis, o que pressionará novamente os preços.
O grupo de habitação foi o de segundo maior impacto no mês, de 0,24 ponto percentual, ao variar 1,73% em janeiro. A maior responsável foi a energia elétrica residencial que avançou, em média, 8,07% no mês. O retorno da alíquota do ICMS para 27% foi o principal motivo para a elevação no preço médio ao consumidor.
E como a Fecomércio-BA alertou no mês passado, o grupo de alimentação e bebidas começa janeiro com pressão bastante espalhada pelos itens de
consumo. No mês, a alta foi de 0,87% e, no acumulado em 12 meses, ainda permanece acima dos 10%, em 11,58%. A contribuição mensal foi de 0,20 ponto percentual.
As condições climáticas adversas pelo país e na região provocou a diminuição da oferta em diversos produtos. As frutas, por exemplo, subiram em média 4,7% em janeiro. A batata-inglesa e tomate continuam pressionados com altas respectivas de 13,77% e 10,89%. Até o tradicional arroz e feijão não ficaram de fora, com alta de 2,21% para o primeiro e de 5,23% para o segundo.
Outro grupo que ganhou destaque neste início de ano foi o de despesas pessoas. Porém, a variação mais forte de 0,99% indica ser algo pontual. Isso porque o aumento se deu mais no item de recreação (1,97%), o que pode estar ligado à sazonalidade, da alta temporada, ou seja, demanda aquecida no mês das férias escolares.
As demais elevações foram de: comunicação (2,20%), educação (0,31%), saúde e cuidados pessoais (0,21%) e vestuário (0,06%).
Somente o grupo de artigos de residência registrou retração em janeiro, de -0,39%. E também há o aspecto sazonal, com as tradicionais liquidações do setor moveleiro. Os itens de mobiliário caíram, em média, 1,47%.
Embora haja pressões sazonais como é o caso das liquidações dos móveis, do reajuste nas TV por assinatura e, em fevereiro, com o aumento da matrícula escolar, os principais grupos de consumo das famílias da RMS mantém uma resiliência significativa, o que traz um alerta para a economia local.
Com a taxa de juros muito alta e a inflação não tendo condições de buscar quedas, tende a limitar a capacidade de consumo e, por consequência, vendas mais fracas. Portanto, a Fecomércio-BA alerta, empresários e
consumidores, para um cenário de inflação instável e pressionada no curto prazo.