FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DA BAHIA

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INFLAÇÃO | JULHO 2023

Área do Conhecimento
11 de agosto de 2023

INFLAÇÃO NA RMS SEGUE MODERADA E ALTA DE 0,25% EM JULHO NÃO TRAZ RISCOS, AVALIA FECOMÉRCIO-BA

 

O grupo transportes foi o grande vilão com aumento de 3,32%. Expurgando-o do cálculo, haveria deflação de -0,34%.

 

Após deflação de 0,23% em junho, os preços voltam a subir em julho na região metropolitana de Salvador, com variação de 0,25%, conforme o IPCA, do IBGE. No acumulado em 12 meses, houve uma aceleração, o que já era esperado, de 2,70% para 4,05%.

O grande vilão em julho foi o grupo transportes que apontou alta mensal de 3,32%, contribuindo com 0,60 ponto percentual para o resultado geral. Houve aumento de 11,04% na gasolina, de 10,87% no etanol, de 10,62% no aluguel de veículos e de 10,20% nas passagens aéreas. Ou seja, aumento de preços médios tanto no comércio quanto nos serviços. Na parte do comércio, os preços sofrem com a reoneração dos impostos federais. Já nos serviços, é natural que ocorra o aumento dada a alta temporada no turismo.

Contudo, se, por hipótese, fosse excluído esse grupo do cálculo e retira os 0,60 p.p, haveria deflação de 0,34% na região no mês. Desta forma, mantem a análise da Fecomércio-BA de que a inflação não tem sido mais o problema e que está controlada, ocorrendo apenas aumentos pontuais e não mais estruturais.

Tanto que as demais elevações foram pouco expressivas. Após transportes, o grupo de despesas pessoais teve a segunda maior variação, de 0,56% e 0,06 ponto percentual de influência no resultado geral. Esse também influenciado pelo turismo, com o aumento médio de 3,88% nas hospedagens.

As demais altas foram de: saúde (0,22%), vestuário (0,18%) e educação (0,13%).

No sentido oposto, o destaque vai para o grupo habitação, com deflação de 1,63% e participação de -0,24 ponto percentual para o desempenho geral. Houve redução de 3,67% na energia elétrica residencial e de -2,96% no gás de botijão.

Outra deflação relevante foi de alimentação e bebidas, de -0,70% e, por ter o maior peso no orçamento das famílias, quase um quarto, trouxe um impacto de -0,24 ponto percentual para a variação geral da RMS. O feijão carioca retrai 11,88% em julho e o óleo de soja, -7,34%. São 60% dos itens analisados pelo IBGE na alimentação fora do domicílio que apresentam queda no mês.

Houve recuo ainda nos grupos de artigos de residência (-0,75%) e comunicação (-0,49%).

Analisando os dados de julho, a Fecomércio-BA está bastante otimista com os preços na região de Salvador, sem grandes pressões constantes. Embora tenha tido aumento de 0,25%, não há qualquer alerta a ser ligado neste momento.

Além disso, a deflação em alimentos é fundamental para recuperar, não somente a confiança e a sensação de bem-estar da população, mas para haver uma expansão dos gastos e potencial uso de crédito, comprometendo parte da renda. Ainda mais com o mercado de trabalho forte, com redução na taxa de desemprego na região.

Com a redução da taxa de juros e a inflação acomodada, é um cenário ideal para a retomada mais forte nas vendas, o que deve acontecer ao longo do segundo semestre.

E a expectativa atual, segundo projeção da Entidade, é que o índice de preço termine o ano com alta de 5,4%, abaixo dos 6,3% do ano passado.