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Inflação | Maio 2023

Área do Conhecimento
9 de junho de 2023

HABITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO E SAÚDE SÃO OS VILÕES DA INFLAÇÃO NA RMS, AVALIA FECOMÉRCIO-BA

 

Os três grupos concentram mais de 50% dos gastos do orçamento familiar.

 

A inflação na RMS subiu 0,35% em maio e acumula 4,21% em 12 meses, de acordo com divulgação do IBGE. Na avaliação dos dados feita pela Fecomércio-BA, embora a variação no mês seja relativamente baixa, ela esconde um cenário ainda preocupante. Isso porque os três grupos que mais influenciaram a elevação no mês respondem por 52% dos gastos médios do domicílio.

Além disso, só não houve um aumento maior por conta da queda de -3,02% nos transportes, seja no comércio com queda de 10,66% no óleo diesel, de -8,61% na gasolina e de -7,03% no etanol, seja nos serviços, como a deflação nas passagens aéreas de 24,19% e no aluguel de veículos, de -9,88%. No entanto, em junho, houve um reajuste para cima nos preços dos combustíveis novamente e deve voltar a impactar o IPCA da região no próximo mês.

Dos destaques positivos, o que chama atenção foi o aumento de 2,46% no grupo habitação, influenciando com 0,35 ponto percentual no resultado geral. Essa alta ocorreu pelo reajuste aprovado na tarifa da energia elétrica. Esse serviço sofreu aumento médio, segundo o IPCA, de 5,95% no mês. Outra alta do grupo foi do gás de botijão, de 2,04%, e que impacta diretamente as famílias mais pobres.

No grupo de alimentos e bebidas, a variação registrada foi de 1% e acumula alta de 5,7% em 12 meses. Os dados mostram que a alta foi bem alastrada pelos itens de consumo, da melancia (6,89%), passando pelo leite longa vida (6,49%), tomate (5,67%) e o ovo de galinha (5,50%). Desses, vale a atenção para o leite e seus derivados que possuem uma

tendência altista. O período atual é de entressafra o que deve pressionar os preços na ponta.

Por outro lado, as carnes e os pescados têm ajudado a segurar os preços do grupo. Em maio, houve retração média de 0,75% e -3,43%, respectivamente.

Em relação ao grupo de saúde e cuidados pessoais, houve aumento mensal de 1,06% e é o que apresenta a maior variação no acumulado em 12 meses, de 11,91%. A elevação vai desde remédios até produtos de higiene e beleza.

O grupo de vestuário também figura no campo de crescimento de preços. Em maio, houve aumento de 0,95% e acumula 10,87% nos últimos 12 meses. Além do aumento de custos que o segmento sofre desde o ano passado, agora, com a troca de coleção para a outono-inverno, com produtos com valores mais altos, ajuda a manter uma pressão no bolso do consumidor. Por exemplo, no mês, camisa masculina subiu 2,75%, calça comprida feminina avançou 2,83% e vestido infantil, 2,50%.

Uma curiosidade do dado de maio da RMS foi o aumento de 0,85% no grupo despesas pessoas, influenciado pelo reajuste nos preços de jogos de azar, como a mega sena. Entre os itens analisados pelo IBGE, a maior variação mensal foi exatamente de jogos de azar, de 12,18%.

As demais elevações foram dos seguintes grupos: comunicação (0,60%), educação (0,18%) e artigos de residência (0,07%). No entanto, o impacto desses grupos para a variação global foi de apenas 0,04 ponto percentual.

Portanto, numa análise geral, a inflação na RMS está mais modesta do que há um ano, mas ainda está difícil de chegar um nível adequado. São vários os motivos, os custos produtivos ainda elevados, falta de insumos para produção, entressafra, demanda aquecida, entre outros fatores.

A tendência atual é que o IPCA da RMS chegue ao seu ponto mínimo em junho próximo a 3,6%, simplesmente por um efeito estatístico, e volte a subir até o final do ano se aproximando dos 6,5%. Inflação ainda alastrada é um grande entrave para a retomada da economia baiana.