Taxa de desemprego e vendas no 2º semestre
Situação não é mais favorável por conta da inflação e de entrada no mercado de trabalho com salários mais baixos.
A taxa de desocupação na Bahia atingiu 15,5% no segundo trimestre de ano, de acordo com pesquisa do IBGE. Esse é o menor nível desde o último trimestre de 2015, quando a taxa foi de 12,4%. São 1,1 milhão de pessoas que procuram emprego no estado, redução de 270 mil em relação ao mesmo período do ano passado.
Na avaliação da Fecomércio-BA, o dado é um alento, apesar de ser a maior taxa do Brasil. A redução do desemprego mostra uma recuperação sólida do mercado de trabalho no estado, ajudando o consumidor e o comércio.
“Pelo lado do consumidor, mais emprego significa ter um rendimento que permite pagar contas atrasadas, até porque a cidade de Salvador, por exemplo, está com recorde de famílias inadimplentes. Além disso, o cidadão empregado facilita a obtenção de crédito, sobretudo o consignado, com taxa de juros mais baratas do mercado. Já na ótica do empresário do comércio, se tem mais pessoas empregadas, aumenta o potencial de consumo no setor”, compara o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Porém, a situação não está mais favorável por dois aspectos: a inflação e o reingresso com salário mais baixo. Esses dois fatores não têm ajudado no crescimento do rendimento médio real recebido pelo trabalhador baiano.
“Pelo contrário, a média de R$ 1.711 do segundo trimestre é a segunda menor desde 2012, quando começou a série histórica do IBGE. Assim, a massa de rendimentos, que é a multiplicação do pessoal ocupado pelo rendimento médio, está em 10 bilhões de reais, maior valor desde o 2º trimestre de 2020”, destaca Dietze.
Resumindo, a equação de mais gente trabalhando e com rendimento menor traz um resultado suficiente para no geral aumentar o dinheiro disponível para as famílias. Em relação há um ano, houve aumento de 333 milhões de reais em posse dos trabalhadores do estado.
“Em Salvador, em específico, a taxa está em 16,7%, acima do dado estadual. São 267 mil pessoas que procuraram emprego no 2º trimestre deste ano. O rendimento médio habitualmente recebido pelo trabalho na capital foi de R$ 2.643, o menor da série histórica. Apesar do nível mais baixo, o rendimento é quase mil reais acima da média estadual”, esclarece Dietze.
Outro dado de emprego, o do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério da Economia, segue na mesma tendência de mostrar uma melhora no mercado de trabalho. No primeiro semestre, foram criadas 76,5 mil vagas formais no estado. Somente em junho, houve a geração de 13,1 mil novos postos de trabalho, com destaque para o setor de serviços (4,2 mil) e a indústria e comércio, ambos com saldo positivo de 2,7 mil vagas.
“Portanto, a redução do desemprego contribuiu para aumentar os recursos totais dos trabalhadores do estado, mas a inflação corroeu grande parte do ganho. De qualquer forma, à medida que a inflação for cedendo, e já está acontecendo, a renda real aumenta e o impacto positivo no poder de compra é imediato. O efeito disso será sentido no equilíbrio das contas e nas vendas do comércio, contribuindo para o crescimento da economia da Bahia”, informa o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.