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PEIC | ABRIL 2023

PEIC
28 de abril de 2023

EM 6 MESES, 78 MIL FAMÍLIAS SAEM DA INADIMPLÊNCIA EM SALVADOR, APONTA FECOMÉRCIO-BA

Percentual de famílias com contas em atraso é o menor desde abril do ano passado.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, a inadimplência caiu pelo sexto mês consecutivo e atinge, em abril, 35,3% das famílias em Salvador, menor percentual desde abril do ano passado. Em apensas seis meses, houve redução de 78 mil famílias que conseguiram liquidar a fatura em atraso, para um total atual de 330 mil.

O endividamento também caiu no mês, ao passar de 69,8% em março para os atuais 67,7%. O ponto positivo é que o patamar está acima dos 66,8% vistos em abril do ano passado. Atualmente, são 634 mil famílias que possuem algum tipo de dívida.

O patamar elevado de famílias endividadas sempre soa como algo negativo. No entanto, é preciso ressaltar que o melhor cenário é quando há a expansão do crédito e, ao mesmo tempo, a redução ou manutenção da inadimplência. Ou seja, pessoas comprando através do crediário, mas conseguindo pagar. Até porque o crédito é essencial para o crescimento da atividade econômica no país.

O principal tipo de dívida segue sendo o cartão de crédito com 88,7% dos endividados. Muito depois vem os carnês, com 7%, seguido de 6,3% do crédito consignado.

O cartão de crédito não necessariamente é um vilão. Quando bem usado, é uma excelente ferramenta para o consumidor, que pode parcelar e manter certa disponibilidade financeira no momento. No entanto, a Fecomércio-BA sempre alerta sobre os riscos do descontrole, uma vez que a taxa de juros anual supera os 400%, segundo mostra o Banco Central.

Por mais que o crédito esteja caro, os carnês, por exemplo, em muitas das vezes, surge como uma única opção de compra de bens mais caros, como os eletrodomésticos. Infelizmente, pela necessidade e falta de conhecimento sobre juros, o consumidor acaba pagando um preço final muito elevado, o que tira recursos do seu bolso que poderia estar ajudando em outras compras mais essenciais.

Outro ponto de destaque da pesquisa é que a redução da inadimplência se dá em ambas as faixas de renda analisadas pela Entidade. O percentual de famílias em atraso e que ganham até 10 salários-mínimos passou de 41,2% para 38,4%, entre os meses de março e abril.

Para o segundo grupo, com renda superior a 10 SM, a inadimplência atingiu os 10% em abril, abaixo dos 12,4% do mês anterior.

Embora a inadimplência esteja caindo, o que deve ser muito comemorado, o atual patamar ainda está acima do padrão médio que se via para o mês anterior a pandemia, próximo a 20%.

De qualquer forma, a tendência se mostra sólida e deve ser entendida como resultado da melhora das condições econômica das famílias, de uma inflação mais modesta e o mercado de trabalho aquecido. Além disso, os bancos e financeiras também têm renegociado os valores em atraso, o que ajuda no controle das contas.

Resultado disso, de redução no número de famílias que precisam pagar contas em atraso, é a expansão nas vendas do comércio varejista na região. O poder de compra ganhando tração e o comércio podendo vislumbrar crescimento, não só na movimentação, mas no seu faturamento.