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PEIC | DEZEMBRO 2024

PEIC, Pesquisas
3 de janeiro de 2025

213 MIL FAMÍLIAS DE SALVADOR CHEGAM AO FINAL DO ANO COM DÍVIDAS EM ATRASO, APONTA FECOMÉRCIO BA.

Embora pareça um patamar elevado, está 11,2 mil abaixo do ano passado e é o menor nível para o mês desde 2019.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio BA, não apresentou mudanças significativas entre os meses de novembro e dezembro. No entanto, ao se comparar com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 23,9% para 22,6% no percentual de famílias com contas em atraso em Salvador, o que representa uma diminuição de 11,2 mil famílias. Além disso, este é o menor nível registrado para o mês desde 2019.

Entre as famílias que permanecem com dívidas vencidas, o tempo médio de atraso está em 62 dias, significativamente abaixo dos 66,4 dias registrados no mesmo período do ano passado. Houve também uma redução em relação ao dado de novembro (63,3%). A maior parcela, de 59%, ainda está no prazo de até 90 dias, o que não gera grandes preocupações, pois os juros cobrados ainda não provocaram um efeito bola de neve significativo, evitando maiores dificuldades de pagamento.

Mesmo entre aqueles que já declaram não ter condições de quitar as dívidas em atraso, houve queda no comparativo anual, de 10,6% para 8,1%, totalizando 76,4 mil famílias nessa situação mais delicada.

Por outro lado, o endividamento subiu de 61,5% para 65,6% entre os meses de dezembro, representando um aumento absoluto de quase 40 mil famílias no período. Esse dado é um ótimo sinal da saúde financeira das famílias de Salvador, considerando que o percentual de renda comprometido com dívidas está em 30%, dentro de um patamar considerado adequado.

Ou seja, as famílias estão mais dispostas a obter crédito, sem comprometer excessivamente o orçamento, uma vez que a renda tem se fortalecido em função de um mercado de trabalho aquecido. O crédito, por sua vez, é essencial para o consumo, especialmente nesta época de Natal. Embora haja a injeção do 13º salário, é comum que as famílias precisem utilizar alguma modalidade de crédito para complementar suas compras de produtos e presentes.

A modalidade mais utilizada atualmente é o cartão de crédito, presente em 92,8% dos casos entre os endividados, um pouco acima do registrado no ano anterior (90,8%). O cartão é uma opção vantajosa para aqueles que acompanham de perto os gastos e a fatura, pois oferece alívio imediato no orçamento, eliminando a necessidade de pagamento à vista. Em seguida, estão os carnês, com 5,5%, e o crédito consignado, com 5,1%.

O tempo de comprometimento das dívidas tem diminuído, principalmente devido ao maior uso de modalidades de curto e médio prazo. Em dezembro, a média foi de 6,2 meses, enquanto, no ano anterior, a média era de 6,7 meses.

Com mais pessoas empregadas, o sistema financeiro tende a oferecer crédito com maior segurança, ou seja, com menor risco de inadimplência, o que beneficia o consumidor por meio de taxas de juros mais atrativas. Esse cenário de maior acesso ao crédito, aliado ao aumento do emprego e da renda, tem fortalecido as vendas no varejo e confirmado, ao longo dos últimos meses, as projeções realizadas pela Fecomércio BA.

Portanto, os dados da PEIC indicam uma condição financeira favorável para que as famílias possam consumir no comércio durante o Natal, contribuindo para as vendas sem impactos negativos no período seguinte. Essa tendência reforça o otimismo para a economia e o comércio.