PEIC | JANEIRO 2024
2024 COMEÇA COM 163,5 MIL FAMÍLIAS FORA DA LISTA DE INADIMPLENTES EM RELAÇÃO A 2023
Taxa de famílias com contas em atraso cai pela 15ª vez seguida e atinte 22,8% das famílias em Salvador. Em janeiro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, constatou que 22,8% das famílias em Salvador enfrentam atrasos em suas dívidas. Este dado marca a 15ª queda consecutiva no nível de inadimplência e representa o índice mais baixo desde maio de 2020. O número atual de famílias inadimplentes é de 213,5 mil, refletindo uma diminuição de 10,5 mil em relação ao mês anterior e de 163,5 mil quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Durante os últimos seis meses, o percentual de famílias inadimplentes com renda superior a 10 salários-mínimos permaneceu constante, em 7,6%. Já para as famílias com renda inferior a 10 salários-mínimos, houve uma significativa variação de 31,3% para 24,6% no mesmo período, indicando que a redução nos níveis de inadimplência tem sido impulsionada, predominantemente, pelas famílias com menor poder aquisitivo. No mesmo sentido, o número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso registrou a décima primeira redução consecutiva, passando de 10,6% dos lares em dezembro para 9,8% em janeiro. Assim, 91,5 mil famílias se encontram em tal condição atualmente – uma redução de aproximadamente 8 mil famílias no último mês e de 76,5 mil famílias em 12 meses. Em contrapartida, o nível de endividamento das famílias de Salvador registrou aumento no último mês, passando de 61,5% das famílias em dezembro para 62,8% em janeiro. Após iniciar uma trajetória de queda no início do segundo semestre de 2023, o percentual da população acessando o mercado de crédito voltou a aumentar e novembro. Há um ano, porém, esse percentual era maior, de 67,8%. Esse movimento simultâneo de redução dos níveis de inadimplência e aumento do percentual de endividamento é um indicativo positivo de que cada vez mais pessoas estão tendo recursos suficientes para quitar dívidas em atraso para, na sequência, voltarem a acessar o mercado de crédito. O tempo de comprometimento da renda com dívidas também vem apresentando queda, saindo de 7,2 meses em janeiro de 2023, para 6,8 meses em janeiro de 2024. As famílias com maior renda mensal registraram ligeiro aumento da parcela de renda comprometida com dívidas, de 21,5% da renda em dezembro de 2023 para 21,8% em janeiro de 2024. Já as famílias com menor renda apresentaram discreta redução no mesmo período, saindo de 32,5% da renda no último mês de 2023 para 32,4% no início de 2024. Na média, a parcela de renda comprometida com dívidas na região metropolitana de Salvador se manteve estável em 31,5% da renda em janeiro, o que é considerável saudável, sem alertas para riscos no orçamento doméstico. E sobre as modalidades de crédito mais utilizadas pelas famílias em Salvador, foi observado no último ano uma procura maior pela utilização do cartão de crédito em detrimento a todas as demais opções disponíveis. Assim, o cartão de crédito continua sendo a modalidade de crédito mais utilizada – aumentando de 87,9% para 89,4% das famílias na avaliação em 12 meses – enquanto todas as demais modalidades estão sendo menos demandadas no mesmo período – os carnês passaram de 5,8% para 5,7% das famílias, o crédito pessoal passou de 6,2% para 5,5%, o crédito consignado passou de 6,2% para 5,2% e o cheque especial teve expressiva redução, passando de 7% para 3,5% das famílias entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Em síntese, o ano se inicia com cenário positivo, tanto do ponto de vista das famílias em situação de inadimplência e daquelas que não terão condições de cumprir com as obrigações em atraso, quanto pela retomada dos níveis de endividamento que apontam para um maior acesso ao mercado de crédito em um contexto de menor parcela da renda comprometida e por um menor período de tempo. O crédito é essencial para a economia e o cenário atual dá indicações de o estado da Bahia será capaz de absorver o crescimento das vendas no varejo e de forma mais sustentável no longo prazo.