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PEIC | JANEIRO 2025

PEIC, Pesquisas
3 de fevereiro de 2025

EM JANEIRO, 618 MIL FAMÍLIAS COMEÇAM O ANO COM ALGUMA DÍVIDA EM SALVADOR, APONTA FECOMÉRCIO-BA.

Inadimplência fica estável em um ano.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, sinaliza para um cenário positivo, de aumento do endividamento com a estabilidade da inadimplência, quando observado o dado de janeiro contra o mesmo mês do ano passado.

Neste primeiro mês de 2025, 65,7% das famílias de Salvador possuem algum tipo de dívida, acima dos 62,8% de janeiro do ano passado, o que em termos absolutos significa em incremento de 28,4 mil, para um total atual de 617,8 mil.

Ao mesmo tempo, a inadimplência ficou em 22,9%, praticamente igual ao de janeiro do ano passado, de 22,8%, continuando com 215 mil famílias que possuem alguma dívida em atraso.

Na análise por faixa de renda, a inadimplência ficou praticamente estável para as famílias que ganham até 10 salários-mínimos, mas caiu na faixa superior, de 7,6% para 6,5%. No mesmo período, de janeiro a janeiro, o endividamento recuou para as famílias de renda mais alta, de 34,7% para 32,9%, enquanto houve aumento de 65,5% para 68,8% na faixa de menor renda.

O principal tipo de dívida em janeiro é o cartão de crédito, com 92,2%, nível pouco acima do visto um ano antes, de 89,4%. Na sequência, vem os carnês com 5,9% o crédito consignado, com 5,3% entre os endividados. São modalidades tanto de pagamento de compromissos mais imediatos quanto para um consumo de médio e longo prazo, o que mostra uma saúde financeira mais forte das famílias em Salvador.

Na média, o tempo de comprometimento de dívida ficou estável, em 6,2 meses. A maior parte, 80%, está concentrada no período até um ano. E o atraso médio da dívida tem caído, de 61,9 dias em dezembro para 61,2% em janeiro, sendo que um ano antes, janeiro de 2024, essa média foi de 65,3 dias, corroborando com o cenário mais equilibrado do orçamento doméstico.

O percentual da renda comprometida com dívida sofreu um recuo anual de 31,5% para os atuais 29,9%. Essa é uma tendência que a Fecomércio-BA vem analisando nos últimos meses, da menor necessidade de crédito por parte das famílias, que estão conseguindo fortalecer a sua renda do próprio emprego, o que gera menos riscos de inadimplência.

Enquanto o emprego estiver forte na região, a taxa de inadimplência continuará num patamar relativamente baixo e controlado, mesmo com a tendência de aumento de juros. Se a parcela do crédito contraído conseguir ser encaixada no orçamento doméstico, as famílias continuarão buscando crédito mesmo ele ficando mais caro.

O importante é continuar monitorando a inflação de alimentos, sobretudo das carnes, pois tem um efeito ruim sobre os gastos das famílias. A tendência é que continue pressionada ainda neste início de ano e podendo afetar um número importante de famílias da região de Salvador. O que segura, por enquanto, é o menor nível de desemprego, pois numa situação similar no passado recente, de aumento mais forte de preços, provocou um aumento na inadimplência, mas o emprego estava relativamente pior do que o quadro atual.

Portanto, os dados da PEIC ainda mostram um quadro favorável das famílias de Salvador, conseguindo ampliar a contração de crédito e, ao mesmo tempo, quitando em dia esses compromissos feitos, mantendo o poder de compra fortalecido, ajudando a economia local.

PEIC | JANEIRO 2025
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