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PEIC | JUNHO 2023

PEIC
7 de julho de 2023

EM UM ANO, 64 MIL LARES DE SALVADOR SAEM DA INADIMPLÊNCIA, APONTA FECOMÉRCIO-BA

Cartão de crédito continua sendo a modalidade mais usada, 9 a cada 10 famílias em Salvador.

 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, tem trazido uma sequência de dados favoráveis para a economia local. Em junho, a taxa de famílias inadimplentes em Salvador atingiu 31,2%, sendo a oitava queda consecutiva. No mês anterior, o percentual havia sido de 33,2% e de 38,2% no mesmo mês de 2022.

Em termos absolutos significa dizer que, em um ano, houve redução de 64 mil lares que tinham contas em atraso, de 356,5 mil em junho de 2022 para as atuais 292,6 mil famílias.

A Fecomércio-BA já alertava para essa tendência desde o final do ano passado. Com as condições econômicas das famílias melhorando, seria natural um acerto maior nas contas. Além do mercado de trabalho mais aquecido e da inflação mais moderada, o que permite um ganho no poder de compra, também houve injeções da antecipação do 13º salário para pensionistas e do Bolsa Família.

Essa tendência de redução da inadimplência é muito importante sobretudo para o comércio que consegue ver gradativamente a maior intenção de consumo.

No entanto, embora o cenário esteja mais favorável do que há um ano, ainda não está no ideal, poderia estar melhor. O endividamento, por exemplo, tem mantido um ritmo de quedas e atingiu, em junho, 65,1%, abaixo dos 66,3% do mês anterior e de 67,1% de junho do ano passado. Atualmente são 610 mil famílias que possuem algum tipo de dívida.

A retração no endividamento significa que as famílias estão mais receosas de comprometer sua renda com algum compromisso de longo prazo. O

crédito é extremamente importante para girar a economia, principalmente naqueles setores que dependem de financiamento como os eletrodomésticos, veículos, etc.

Outro ponto que inibe os consumidores a ampliarem as dívidas é o custo elevado, dada a taxa de juros muito elevada cobrada pelos bancos nas mais diversas modalidades.

Assim, o que está acontecendo é que as famílias estão usando os créditos disponíveis para compras do dia a dia. O principal tipo de dívida segue sendo o cartão de crédito com 9 a cada 10 famílias endividadas nessa modalidade. Em segundo lugar estão os carnês com 7,5% e na sequência os 4,8% do crédito pessoal, muito próximo do crédito consignado, de 4,6%..

E o que confirma a tendência de uso de crédito mais imediatista é o tempo médio de comprometimento com o a dívida, de 6,7 meses contra 6,8do mês anterior, puxado pelo aumento de 23,8% para 27,2% das dívidas para um período entre 3 e 6 meses.

Numa análise por faixa de renda, a tendência foi a mesma, de redução do endividamento e da inadimplência, porém, com dimensões distintas. Enquanto o grupo de famílias com renda até 10 salários-mínimos está com nível de inadimplência em 34,4%, o grupo que tem renda superior a esse valor registrou 6,5% de famílias com contas em atraso. A relação do endividamento foi de 67,6% contra 38,2%, respectivamente.

Portanto, embora não seja o cenário mais adequado e esperado, é possível comemorar a redução contínua da inadimplência em Salvador. O importante é que, dadas as condições econômicas mais favoráveis, a tendência segue de queda para os próximos meses, contribuindo para as boas expectativas de vendas no varejo da região.