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PEIC | JUNHO 2024

PEIC
3 de julho de 2024

EM UM ANO, ENDIVIDAMENTO SOBE E INADIMPLÊNCIA CAI, ÓTIMO PARA A ECONOMIA, AVALIA FECOMÉRCIO-BA.

Mercado de trabalho aquecido, inflação mais baixa e juros em quedo são os principais fatores para essa melhora no mercado de crédito. Em junho, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, constatou que 66,5% das famílias na capital baiana estão endividadas, um aumento em relação a taxa de maio, de 65,4%, e sendo o maior nível desde abril do ano passado, quando o percentual foi de 67,7%. Atualmente, são 624,2 mil famílias que possuem algum tipo de dívida. E esse aumento foi influenciado principalmente pelas famílias de renda mais baixa, abaixo de 10 salários-mínimos, pois a taxa de endividamento subiu de 68,4% em maior para 69,7% em junho, enquanto nesse mesmo período a taxa das famílias de renda mais elevada apresentou leve recuo de 32,9% para 32,4%. O interessante é que o aumento do endividamento está se dando em modalidades tradicionais de consumo. Dentre os endividados, 93,6% estão com compromisso no cartão de crédito e 5,6% nos carnês, ambos com aumento em relação ao mês de maio. Esse cenário tem sido possível por conta da geração mais forte de emprego, de uma inflação relativamente menos pressionada e os juros mais baixos, dando segurança as famílias para obterem mais crédito e com um grau menor de risco de inadimplência. Tanto que, embora a taxa de inadimplência na capital baiana tenha subido em junho para 24,1% ante os 23,5% de maio, o atual patamar está muito abaixo dos 31,2% vistos há um ano. Em números absolutos, essa redução representa 66 mil famílias a menos com contas vencidas, para um total atual de 226,6 mil famílias com algum tipo de atraso. Outro dado importante e positivo da PEIC é a redução do percentual do comprometimento da renda com dívida, de 31,1% em maio para 30,7% em junho, menor nível em quase um ano. Isso leva o raciocínio de aumento da renda via emprego e necessitando de grau menor de crédito para o seu dia a dia. Fica claro que as condições estão bem mais favoráveis para as famílias. Em um ano houve ligeiro aumento do endividamento e, ao mesmo tempo, queda importante na inadimplência. Ou seja, abrindo espaço para um consumo mais saudável e sustentável, o que é importante para a economia local. Lembrando que ter dívida não necessariamente é ruim, pelo contrário. É muito positivo e importante para economia. Só que o aumento do endividamento tem que vir com a devida segurança e confiança do consumidor para que o compromisso feito seja quitado conforme o prazo acordado na hora da compra. Portanto, o comércio e serviços da região de Salvador podem olhar esse dado da PEIC de junho como algo promissos para as vendas. A melhora na qualidade do orçamento doméstico deve permitir essa expansão do consumo no curto prazo. Nad muito significativo, mas vai contribuindo para a melhora da economia de forma gradativa.