PEIC | OUTUBRO 2024
PERCENTUAL DA RENDA COMPROMETIDA COM DÍVIDA É O MENOR EM 6 ANOS, APONTA FECOMÉRCIO-BA.
Consumo via própria renda tem ganhado força diante do ganho real do salário.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, apontou que o percentual de renda comprometida com dívida atingiu, em outubro, o menor patamar em 6 anos, de 29,8%. Esse dado é relevante, pois mostra o fortalecimento do orçamento doméstico através do próprio salário, com o ganho real de renda que as pessoas vêm conseguindo através do mercado de trabalho aquecido.
Esse é um fator que contribui também para a redução da inadimplência vista no mês, de 24,6% de setembro para os 22,8% vistos em outubro. São 214,8 mil famílias com algum tipo de dívida em atraso, 16 mil a menos do que no mês anterior e uma redução de 25,6 mil na comparação com outubro do ano passado, quando o percentual havia sido de 25,6%.
E houve redução em ambas as faixas de renda analisadas pela pesquisa, de 26,8% para 24,9% para o grupo que ganha até 10 salários-mínimos e de 7,1% para 6,5% para as famílias com renda superior a esse valor.
Outro dado relevante do mês foi a redução de 9,2% para 8,4% das famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, o equivalente, em termos absolutos, a 78,5 mil famílias nessa situação mais delicada. Esse percentual de outubro é o menor desde junho de 2021, pouco mais de 3 anos.
E o endividamento, por outro lado, cresceu ligeiramente, de 64,6% em setembro para os atuais 65%. Há um ano, o percentual captado pela pesquisa foi de 61%. São 611,1 mil famílias que possuem algum compromisso com crédito em Salvador. O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, com 91,7% entre os endividados na capital.
Os carnês seguem na segunda posição com 5%, não muito longe dos 4,8% do crédito pessoal. O interessante que os carnês foram um perfil concentrado na faixa de renda mais baixa, pois acima dos 10 SM, o percentual de endividados nessa modalidade é zero. No entanto, o crédito pessoal fica na segunda posição com 8,8%.
Esses tipos de dívidas são mais de curto prazo, diferentemente de um financiamento de veículo ou casa, por exemplo. Assim, acaba contribuindo para a redução do tempo médio de comprometimento com a dívida, chegando a 6,4 meses em outubro, menor nível desde março de 2022, influenciado pela redução do percentual relativo ao período de dívida superior a um ano.
E entre os inadimplentes, o tempo de atraso também diminuiu, para 65 dias conta 66,6 dias de setembro, com 54% ficando no período até 90 dias, levando a uma facilidade maior de pagamento, até por conta de menos tempo de juros corridos ao longo desse tempo.
A PEIC serve como mais uma pesquisa para comprovar o bom momento da economia baiana, com forte geração de emprego, ganho real de renda e acesso ao crédito pelas famílias. A consequência tem sido a expansão forte nas vendas do comércio e em praticamente todos os segmentos.
Para agregar a esse cenário favorável, em novembro, as famílias receberão a primeira parcela do 13º salário e ajudará a manter a inadimplência num nível relativamente baixo. Ou seja, não há grandes preocupações neste momento em relação às contas em atraso em Salvador, pois a qualidade das condições econômicas das famílias está satisfatória.