PEIC | SETEMBRO 2024
EM UM ANO, 23 MIL FAMÍLIAS SAEM DO ATRASO NAS DÍVIDAS, AVALIA FECOMÉRCIO-BA.
Percentual de inadimplentes cai para 24,6% em setembro e endividamento recua para 64,6%. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, registra queda na taxa de famílias com contas em atraso em Salvador no mês de setembro, de 25,9% de agosto para os atuais 24,6%. Em relação ao mesmo período de 2023, o recuo foi ainda maior, quando naquele mês a taxa havia sido de 27,1%. Em termos absolutos, são 231,2 mil famílias inadimplentes na região, uma redução de 23 mil no contraponto anual e de 12 mil em relação a agosto. E mesmo os que estão inadimplentes, o perfil médio melhorou em setembro, com a redução no tempo médio de atraso, de 67,4 dias para 66,6 dias, com pouco mais do que a metade, 51,4% com atraso entre 30 e 60 dias, o que exige um esforço relativamente menor para o seu pagamento e menos juros corridos. Outro ponto positivo na PEIC foi a retração de 10,1% para 9,2% das famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, menor percentual desde novembro de 2021. Seguindo a tendência geral, o endividamento caiu de 65,2% em agosto para os 64,6% em setembro. No entanto, ao contrário das demais variáveis, o atual patamar é superior ao visto no mesmo período do ano passado, de 62,4%, o que é um bom sinal, dada a importância do crédito para o consumo e para a atividade econômica. Entre os tipos de dívida, o cartão de crédito continua no topo com 89,6% entre os endividados e, na sequência, os carnês, com 5,1%. Embora seja o segundo na lista, os carnês vêm perdendo fôlego e, numa direção contrária, o crédito pessoal vem ganhando espaço, com aumento mensal de 4% para 4,7%. É uma modalidade que os consumidores vêm encontrando no sistema financeiro com condições vantajosas, até pelo mercado de trabalho mais aquecido o que favorece a barganha de juros mais baixos e pagamento mais alongado. E esse crédito tomado tem sido para um perfil mais imediatista, de curto e médio prazo. Isso porque o prazo médio do compromisso está caindo, de 6,6 para 6,5 meses, concentrando mais a dívida no período de até um ano, 76%. Como as famílias estão tendo um ganho real de renda pelo trabalho, significa exigir relativamente menos do orçamento doméstico em relação ao crédito. A parcela da renda comprometida com crédito ficou em 30,1% em setembro, o menor nível em 6 anos. Na análise por faixa de renda, houve recuo do endividamento e da inadimplência para ambos os perfis analisados pela PEIC, porém, com uma influência mais expressiva das famílias com renda até 10 salários-mínimos. Para esse grupo, a taxa de contas em atrasos passou de 28,1% para 26,8%, entre agosto e setembro, enquanto para o grupo de renda mais elevada saiu de 7,6% para 7,1%. A Fecomércio-BA alertou nas análises anteriores que era necessário esperar alguns dados para verificar a tendência da inadimplência em Salvador. Por mais que havia uma sequência de aumento na taxa, a Entidade não enxergava um cenário que pudesse corroborar essa tendência, pelo contrário. Isso porque a cidade de Salvador está com taxa de desemprego de 15%, segundo o IBGE, o menor nível desde 2015. E com a inflação mais moderada, inclusive registrando deflação, permite não somente o pagamento de contas em atraso, quanto uma menor dependência do crédito para o consumo do domicílio. Na pesquisa, infelizmente, não é possível captar possíveis atraso nas dívidas derivado das apostas online, das Bet’s, mas é um quadro que a Fecomércio-BA vem monitorando para entender os seus possíveis impactos tanto no endividamento e inadimplência, quanto no consumo no comércio. Portanto, de maneira geral, os dados de setembro vieram em linha do que a Entidade estava esperando, o que é um bom sinal, de menor inadimplência, ajudando a consolidar o crescimento nas vendas do comércio.