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ROTATIVO DO CARTÃO

Área do Conhecimento
11 de agosto de 2023

FECOMÉRCIO-BA AVALIA COMO POSITIVA A IDEIA DE ACABAR COM O ROTATIVO DO CARTÃO.

 

Em troca, haveria um parcelamento com juros mais baixos.

 

Recentemente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou sobre uma importante medida que está sendo avaliada pela Instituição, o fim do rotativo do cartão de crédito. Para se ter uma ideia, conforme dado mais recente, a taxa média de juros para essa modalidade está em 437,3% ao ano, sendo que no mês anterior chegou aos 454% a.a.

Mesmo com as justificativas de que a taxa de inadimplência nessa modalidade, segundo o próprio BC, esteja em 50% atualmente, além dos custos operacionais, de cobrança e etc, não faz sentido estar nessa magnitude, não havendo comparação em qualquer outro lugar do mundo.

Ainda não está nada concretizado, mas a ideia é que o rotativo no cartão deixe de existir e passe a ter um parcelamento imediato ao não pagamento da fatura com juros em torno de 9% ao mês, um patamar também elevado, mas contrasta com os 15% ao mês cobrado atualmente. Esse seria um primeiro passo para diminuir os juros para, posteriormente, buscar outros mecanismos para que haja uma redução ainda maior.

Esse tema é necessário e relevante, pois, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Fecomércio-BA, em Salvador, 9 a cada 10 famílias estão comprometidas com o pagamento de alguma fatura de cartão de crédito. Embora não estejam todos necessariamente em atraso, mas são potenciais consumidores que podem entrar no rotativo.

Além disso, de acordo com dados do BC, a concessão de crédito no rotativo em todo o país aumentou, em um ano, 23% em termos reais, já descontada a inflação. Isso mostra que mesmo com os juros altos, não é um impeditivo do seu uso, pelo contrário. A facilidade da utilização do

cartão e a falta de planejamento e organização deixa muito fácil o caminho para a entrada no rotativo.

A Fecomércio-BA entende que qualquer solução que vise tabelar juros é equivocada, pois prejudica todo o mercado de crédito. A saída, até o que foi divulgado até agora, é de uma negociação entre o próprio Banco Central, os bancos e com uma sinalização favorável do Ministério da Fazenda.

Talvez altere algum modelo do pagamento parcelado sem juros nas compras feitas pelos consumidores. Para comércio, esse mecanismo é muito importante, sobretudo na aquisição de bens duráveis, como geladeira, fogão, televisor, etc. Mas mais importante ainda é ter o consumidor com as finanças saudáveis, com capacidade de consumo para contribuir com o comércio no longo prazo, para ajudar no ciclo de expansão da economia.

Portanto, apesar de estar somente na mídia , a notícia de que está se chegando a uma solução para o rotativo no cartão de crédito é vista com bons olhos pela Fecomércio-BA.