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13 de agosto de 2025

VAREJO BAIANO CRESCE 1,1% NO 1º SEMESTRE, MAS DADO DE JUNHO LIGA ALERTA PARA A SEGUNDA PARTE DO ANO, AVALIA FECOMÉRCIO BA

Em junho, as vendas caíram 2,9% com quase todas as atividades mostrando recuo anual. Fecomércio BA reforça a necessidade de se baixar juros.

De acordo com levantamento mensal da Fecomércio BA, com base em informações do IBGE, as vendas no comércio baiano avançaram 1,1% no primeiro semestre deste ano, alcançando faturamento acumulado de R$ 111 bilhões, o mais alto desde 2016. No entanto, ao avaliar especificamente o mês de junho, houve retração de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, com perda de R$ 538 milhões para o varejo.

O que antes era apenas um sinal no início do ano começa a se consolidar, mas todo esse cenário de desaceleração já vinha sendo alertado pela Fecomércio BA. No mês, quase todas as atividades registraram queda, com destaque para as vendas de veículos, que recuaram 9,7%, totalizando faturamento de R$ 3,37 bilhões — R$ 362,7 milhões a menos do que em junho de 2024. A elevação da taxa de juros impacta diretamente esse perfil de consumo, voltado a bens duráveis e que dependem de financiamento.

Situação semelhante ocorreu no segmento de materiais de construção, que apresentou queda de 14,5%. Por ter um faturamento menor, o impacto foi menor no resultado geral do que o registrado no setor de veículos, mas ainda assim representou redução de R$ 191 milhões em um ano. As lojas de eletrodomésticos e eletrônicos seguiram a mesma tendência, com retração anual de 1% e faturamento de R$ 680 milhões.

As demais variações negativas foram: lojas de móveis e decoração (-7%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-3,2%) e outras atividades (-2,9%). Por outro lado, os setores que evitaram um resultado ainda mais negativo foram os essenciais, supermercados e farmácias. O primeiro registrou alta de 2,6%, com faturamento de R$ 6,7 bilhões, o mais elevado entre as atividades analisadas. O segundo ficou praticamente estável, com variação de 0,3%. Mesmo com desempenho positivo, nota-se a desaceleração também nesses setores em relação ao início do ano, indicando limitação de compra por parte das famílias.

A taxa de juros é um fator determinante para o desempenho mais fraco do varejo, impactando de duas formas: encarecendo o crédito no momento da compra e dificultando a quitação de dívidas por parte dos inadimplentes, número que vem aumentando nos últimos meses.

A inflação já mostra sinais claros de arrefecimento, o que é um ponto positivo para que o Banco Central antecipe um novo ciclo de redução da Selic. A Fecomércio BA reforça a necessidade de queda nos juros para reativar a economia e fortalecer o comércio, mantendo emprego e renda na região.

O cenário não está pior devido ao mercado de trabalho ainda aquecido, que sustenta a renda das famílias em um nível que permite certo equilíbrio no consumo. No entanto, esse equilíbrio é frágil, e parte das famílias já não consegue pagar as contas em dia, tornando-se inadimplentes.

Para o segundo semestre, a tendência é a confirmação do alerta feito pela Fecomércio BA no início do ano, com um período mais desafiador e negativo do que o primeiro, em decorrência dos efeitos dos juros elevados, por isso a urgência da redução de juros.

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