VAREJO BAIANO | COMÉRCIO MAIO 2024

VAREJO DISPARA 13,3% EM MAIO E CONFIRMA TENDÊNCIA POSITIVA NO MÊS DO DIA DAS MÃES, AVALIA FECOMÉRCIO-BA

 

Combinação de emprego aquecido e inflação baixo tem sido o combustível para o bom desempenho do setor. Após forte elevação de 9,7% em abril, o varejo baiano acelera o crescimento e registra alta de 13,3% em maio, comparando com igual período do ano passado, confirmando a tendência positiva da Fecomércio-BA para o mês do Dia das Mães. O faturamento total do estado foi de R$ 13,6 bilhões, um incremento de R$ 1,6 bilhão em relação a maio de 2023, de acordo com o levantamento da Entidade, com base nos dados do IBGE. No acumulado do ano, o saldo é positivo em 7,5%. Para começar, todos os oitos segmentos analisados pelo levantamento apresentaram aumento nas vendas no mês. A maior variação foi do setor de farmácias e perfumarias, de 26% e faturamento de R$ 1,25 bilhão, sendo mais um recorde histórico. Neste caso, há um ponto importante a ser levado em consideração que é o aumento nos preços e que influi no resultado. Segundo o IPCA da RMSalvador, os produtos farmacêuticos sobem 10,3% em 12 meses, enquanto a inflação geral da região avança pouco menos de 4%. O maior ganho de movimentação em maio foi dos supermercados. No mês, o faturamento foi de R$ 5,3 bilhões, alta anual de 15,2% e um incremento de R$ 695 milhões nas vendas no mês. Esse foi o mais alto faturamento para os meses de maio desde 2015, já sendo descontada a inflação do período. Percebe-se claramente, então, que os segmentos básicos foram os destaques no varejo baiano no mês de maio. Esse cenário de crescimento forte nas vendas está associado diretamente ao ganho do poder de compra, com a combinação da geração forte de empregos e a inflação geral na região mais amena. Com esse aumento na confiança e otimismo, os consumidores ampliam os gastos nos segmentos básicos, o que é considerado um movimento natural. Uma análise adicional é que o ganho de renda tem permitido a ampliação dos gastos nas atividades consideradas não essenciais, o que tem a ver também com a redução gradativa dos juros na ponta para o consumidor. As vendas de veículos, motos e peças, por exemplo, subiram 10,5% e o faturamento foi de R$ 2,4 bilhões. Pode-se considerar que a entrada dos carros elétricos esteja influenciando o incremento de vendas no setor, uma vez que chegam a um preço competitivo no mercado. Outro setor ligado ao crédito é o de materiais de construção que, em maio, apontou forte elevação de 14,3% e o faturamento chegou na casa do bilhão (R$ 1,04 bi), o mais elevado para o mês desde 2014. Os juros mais baixos para a aquisição de imóveis, a maior capacidade de endividamento e os preços mais amenos desses produtos em comparação ao que se viu nos anos anteriores colaboram para a alta nas vendas. O grupo outras atividades ficou com faturamento 11% superior ao visto no mês de maio de 2023 e atingiu R$ 2,4 bilhões. Nesse caso, não há muito como saber exatamente quem puxou, pois a lista de setores vai de combustíveis, passando por joalherias, lojas de artigos esportivos, entre outros. Mas, em grande parte, está ligado ao comércio de combustíveis e lubrificantes. As demais elevações foram de: móveis e decoração (8,4%), eletrodomésticos e eletrônicos (4%) e vestuário, tecidos e calçados (1,8%). Esse último seguindo com elevações, principalmente no mês do Dia das Mães, quando o setor é o mais procurado para presentes. A expectativa é que haja novo aumento forte em junho, tanto por conta das condições econômicas favoráveis das famílias baianas, quanto pelo efeito calendário, uma vez que o feriado de Corpus Christi, em 2023, ocorreu em junho, enquanto nesse ano foi no final de maio, deixando uma base de comparação mais fraca. Além disso, a Fecomércio-BA também havia sinalizado com a tendência de crescimento de alguns setores no mês em decorrência os festejos de São João, um réveillon do 1º semestre. O cenário positivo do varejo não é exclusivo da Bahia. Segundo o IBGE, todos os estados apontaram crescimento em maio, no contraponto anual. De qualquer forma, é muito saudável verificar um aumento nas vendas de forma consistente, com base no emprego e na capacidade de obtenção de crédito e, ao mesmo tempo, com percentual mais baixo de famílias inadimplentes. É um ciclo que deve ser aproveitado por consumidores e empresários do comércio.