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VAREJO BAIANO | ECOMMERCE

Varejo Baiano
19 de setembro de 2024

COMPRAS NO ECOMMERCE CRESCEM 1,9% EM 2023 E VÃO A R$ 9,2 BILHÕES NA BAHIA, AVALIA FECOMÉRCIO-BA.

Smartfones, refrigeradores, televisores foram os principais produtos adquiridos online. Confira o balanço do setor no estado.

 

Em 2023, as compras realizadas no e-commerce por consumidores do estado atingiram R$ 9,2 bilhões, alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 9 bilhões). Esses dados fazem parte do mais recente balanço do comércio eletrônico que a Fecomércio-BA elabora, a partir das informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). São dados extraídos das notas fiscais eletrônicas, ou seja, números fidedignos desse marcado em expansão no país. Para a comparação dos dados históricos, disponíveis a partir de 2016, a equipe da Fecomércio-BA atualizou monetariamente todos os valores a preços de 2023, uma vez que está explicito que os dados do portal são nominais. Desses 9,2 bilhões de reais, 84% são de compras realizadas de empresas fora do estado (R$ 7,7 bi), o que se chama de interestadual, sendo que 51,5% são provenientes do estado de São Paulo, o grande centro logístico de distribuição do país e onde estão as grandes empresas varejistas. Num montante menor, de R$ 1,5 bilhão, foram compras de consumidores do estado de empresas da própria Bahia. O valor geral, de R$ 9,2 bilhões, é o equivalente a 4,6% do que o varejo físico faturou no ano passado, conforme levantamento da Fecomércio-BA. Além disso, o mercado consumidor baiano representa 4,5% no montante movimentado pelo país e é o grande líder do nordeste, com uma participação de 30% entre os estados da região, acima de Pernambuco (18%) e Ceará (14,5%). E quando se fala de vendas a partir do estado da Bahia para outros estados, em 2023, o valor total foi de R$ 600 milhões. Embora tenha sido uma forte queda de 30%, vale a observação da base alta de comparação, quando no ano passado houve aumento de 60,5%. O atual patamar é o segundo maior da série histórica iniciada em 2016. E o destino principal dos produtos comprados na Bahia é o estado de Sergipe, com R$ 123 milhões, seguido do vizinho Espírito Santo (R$ 79 milhões). Em relação aos principais produtos comprados por consumidores, seja dentro do estado ou interestadual, lideram os smartphones com R$ 496 milhões no ano passado, bem a frente refrigeradores e freezers, com R$ 313 milhões. Seguem na lista produtos de eletrodomésticos e eletrônicos, tradicionais nesse mundo de e-commerce, como os aparelhos receptores de televisão (R$ 294,1 milhões) e máquinas digitais para processamento de dados, com peso inferior a 10 kg (R$ 215,7 milhões). Há ainda com valores menores produtos relacionados ao segmento de vestuário e calçados, móveis e de higiene e beleza. Apesar da maior concentração nos itens de eletroeletrônicos, é um indicativo que os consumidores estão ampliando as suas compras no mundo digital e podem ser elencados inúmeros motivos, tais como: preço competitivo, rápida entrega e praticidade. O e-commerce é a tendência que já se consolidou, principalmente a partir da pandemia do coronavírus. Mesmo antes de 2020, as compras por consumidores baianos já apresentavam crescimento num ritmo forte, de 14,1% em 2018 e 24,2% em 2019. Porém, foi no ano seguinte que houve um salto, de quase dobrar, alta de 92,2%, saindo de um patamar de R$ 3 bilhões para próximo dos R$ 6 bilhões. Em 2021, outro avanço significativo, de 31,9% e superando os R$ 7 bilhões e, nos últimos anos, ficando na casa dos R$ 9 bilhões. São várias as análises que podem ser feitas, entre positivas e negativas. Pelo lado favorável, os números desse balanço mostram a maior capacidade de consumo atrelado a maior digitalização da população. Ao mesmo tempo, as empresas de pagamento trouxeram mais agilidade e segurança para os consumidores. Já as empresas vendedoras e marketplaces investiram em inovação em seus portais, com preços atrativos e com entrega cada mais rápida. Pelo negativo, é importante ponderar que o maior volume das compras é de fora do estado, o que amplia a concorrência com os varejistas locais, sobretudo os de eletrodomésticos e eletrônicos, vestuários e cosméticos. Para se ter uma ideia, de acordo com o levantamento mensal da Fecomércio-BA, as lojas de eletrodomésticos registraram, no estado, queda de 15,5% em 2022. No ano passado até conseguiu uma importante recuperação, de 18,4%, voltando a um nível similar ao pré-pandemia. Evidentemente, há o componente taxa de juros que implicou num acesso mais dificultado a esses tipos de produtos, mas pode ser considerado também o e-commerce como um fator que compete com as lojas físicas e limita o crescimento do físico. Mesmo com grandes desafios, a Fecomércio-BA entende que esse panorama completo do varejo online é essencial para captar tendências e ajudar aos lojistas a buscarem formas de estarem atualizados, num mercado cada vez mais competitivo e o consumidor com mais informação e poder de decisão na palma da sua mão. Outro ponto importante que a Entidade avaliar é que ver o varejo baiano crescendo, como está neste ano, com alta de 6,8% no primeiro semestre, num cenário que o e-commerce segue em expansão é algo para ser comemorado. Mostra a importância do segmento para a região, mantendo empregos e renda e muitos têm ampliado sua atuação, incorporando o mundo digital nos seus negócios, trazendo uma importante oferta local para competir com os estabelecimentos online pelo país.