VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO NA RMS 2024
INFLAÇÃO NA RMS FECHA 2024 EM 4,68%, AVALIA FECOMÉRCIO BA
Alimentação dispara no final do ano e liga alerta para as famílias.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE, a inflação na região metropolitana de Salvador fechou o ano passado com alta de 4,68%, pouco acima dos 4,48% registrados em 2023. Somente em dezembro, os preços médios de produtos e serviços na região subiram 0,89%.
A inflação de alimentos veio pressionando ao longo do 2º semestre do ano passado, influenciando na alta de 5,62% para o grupo. As carnes continuam mostrando forte aumento nos preços e, no acumulado do ano, avançou quase 20%, com alguns cortes, como costela e alcatra subindo 29,29% e 20,14%, respectivamente. O consumidor também teve dificuldade nas compras de café, por exemplo, que teve elevação de 42,68% em 2024, não muito distante do óleo de soja (33,66%) e do leite longa vida (21,44%). Ou seja, itens importantes na mesa do soteropolitano e que tiveram avanços expressivos e que dificultam o controle das contas no domicílio.
Na área do grupo de transportes, que apontou aumento anual de 5,06%, chama atenção dos serviços, como transporte por aplicativo (18,31%), ônibus interestadual (17,40%) e aluguel de veículo (13,52%). Pelo lado do varejo, a gasolina teve aumento de 11,05% o que pode ser considerado bastante alto, principalmente pela necessidade básica para o deslocamento das famílias em seus veículos e motos.
O grupo de saúde também exerceu importante influência na inflação anual, com anual de 6,71% e foi tanto pelo lado dos produtos farmacêuticos (8,46%), quanto pelos produtos de higiene e beleza, como o caso de produtos para cabelo (12,02%) e artigos de maquiagem (9,16%). Neste caso, no entanto, houve uma pressão maior no início do ano passado, com desaceleração no término de 2024, ao contrário do grupo alimentação, que veio acelerando nos últimos meses.
As demais elevações no ano foram de: vestuário (2,05%), habitação (1,95%), despesas pessoais (4,9%), educação (7,63%) e comunicação (2,95%). São grupos com pesos relativos menores, o que acaba influindo menos na variação global.
Em dezembro, em específico, a variação foi de 0,89% e com influência de basicamente de dois grupos, alimentação (1,46%) e transportes (2,44%). O primeiro, como já foi abordado, tem nas carnes como a grande vilã da inflação. E o segundo vem sendo pressionado pelo aumento nas passagens aéreas (15,35%).
A inflação na região de Salvador fechou num patamar elevado, mas longe do que se viu no passado recente, acima de 6% e superando até os 10%. No entanto, os números trazem um desafio para este início de ano, com a pressão do grupo de alimentos, o que mais pesa no orçamento das famílias. Até porque o crédito está mais caro, o que torna ainda mais difícil o trabalho de manter o consumo sem que haja prejuízo para a inadimplência.
O emprego forte é o que tem sustentado a manutenção do consumo, mas inflação alta e persistente, pode ir minando o poder de compra aos poucos e impactar nos demais consumo. Portanto, não é um cenário pessimista, mas de cautela, no qual tem que se observar de perto os atuais movimentos de preços e entendendo as consequências para as demais variáveis da economia.