VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO RMS – AGOSTO 2024
SERVIÇOS DE TURISMO PUXAM INFLAÇÃO EM JULHO NA RMS, AVALIA FECOMERCIO-BA
Passagens aéreas, hospedagem e pacotes turísticos são os grandes vilões da inflação no mês, puxados pela alta temporada. A inflação na região metropolitana de Salvador avançou 0,18% em julho, uma aceleração em relação a deflação do mês anterior, de -0,04%, de acordo com dados do IPCA, do IBGE. No acumulado em 12 meses, a variação fica em 3,86%, pouco abaixo dos 4,1% vistos no mesmo período até julho de 2023. Os vilões no mês foram os serviços ligados ao turismo. Dada a alta temporada, de férias escolares, os preços dispararam, como foi o caso das passagens aéreas que, em julho, subiu 24,96%, influenciando o aumento de 0,80% do grupo transportes. Ainda nesse grupo, chama a atenção a alta do óleo diesel, de 3,37%. No grupo de despesas pessoais, que apontou elevação mensal de 1,13%, o serviço de hospedagem foi o que apresentou a mais alta variação, de 7,39%. Exerceram pressão também o item pacote turístico (4,83%), cinema, teatro e concertos (3,82%) e recreação (2,46%). Além desses itens do turismo, a inflação na região de Salvador sofreu com a alta já esperada da energia elétrica, pois houve a mudança da bandeira tarifária, da verde para a amarela. Com isso, a variação no mês foi de 2,04% e influenciou no desempenho do grupo habitação de 0,52%. Outras altas foram dos seguintes grupos: comunicação (0,27%) e artigos de residência (0,16%), com impacto relativo muito pequeno, de apenas 0,02 pontos percentual para a variação global. Dois grupos ficaram estáveis, educação e saúde. Esse último deu uma aliviada no mês após uma sequência de altas, puxadas tanto por medicamentos quanto por produtos de higiene e beleza. Em 12 meses, a elevação acumulada é de 6,09%, a segunda mais alta no IPCA após educação, porém o seu peso é quase o triplo, de 15,5%, ficando atrás somente de alimentação (22,9%) e transportes (18,4%). No campo de deflação, o que trouxe alívio para o bolso das famílias da RMS foi a queda de -0,67% de alimentos e bebidas. Os tubérculos, raízes e legumes puxam a fila com recuo médio mensal de -9,01%, com destaque para cenoura (-25,95%) e tomate (-22,31%). As frutas em geral também contribuem com a redução de preços com a queda de -2,05%, além dos pescados (-0,77%). Ou seja, uma deflação bastante dissipada entre os itens, trazendo o benefício a cada ida ao supermercado. Por fim, o grupo vestuário que recuou -0,22% em julho. Embora tenha sido mais próximo do Dia dos Pais, os itens que mais retraíram foram os ligados à moda feminina, como por exemplo o vestido (-2,43%), bijuteria (-2,30%) sapato feminino (-1,88%). Até houve deflação no sapato masculino, de -1,79%, mas a maioria dos itens ficaram próximo da estabilidade, o que também é muito positivo. Os dados de julho mostram que as pressões altistas são pontuais, sazonais, não havendo uma preocupação de longo prazo. O ponto crucial é a deflação em alimentos, gerando um bem-estar no dia a dia das famílias e que deve permanecer dessa forma até o final do ano, caso não haja nenhum evento mundial atípico. Portanto, para a Fecomércio-BA, o quadro inflacionário ainda segue bastante benéfico para as famílias e para o comércio, pois potencializa o poder de compra a fortalece o consumo e as vendas.