VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO RMS – NOVEMBRO 2024
CARNES SEGUEM COMO VILÃS NA MESA DAS FAMÍLIAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR, AVALIA FECOMÉRCIO BA.
Inflação sobe 0,28% em novembro, com carnes pressionando e, por outro lado, o alívio com o barateamento da energia elétrica.
A inflação na região metropolitana de Salvador subiu 0,28% em novembro e acumula 4,62% em 12 meses, segundo dados do IBGE. O grupo de alimentação e bebidas, que mais pesa no indicador, avançou 1,50%, puxado principalmente pela variação das carnes, que registraram alta de 9,67% apenas no mês. Nada muito diferente do que a Fecomércio BA vem analisando, considerando que não se trata de um fato pontual, mas de uma tendência, por conta de uma série de fatores: entressafra, redução da oferta, demanda aquecida e aumento nas exportações.
Entre as carnes, a maior variação foi na costela (14,17%), seguida do acém (11,31%) e da alcatra (10,53%). A Entidade tem reforçado que o aumento desse grupo não é generalizado, o que possibilita substituições e a compra de itens básicos ainda com preços adequados. É o caso do arroz, que registrou queda de 0,40% no mês, do feijão-carioca (-2,44%) e das frutas, que apresentaram uma deflação média de 3,38%.
Outra alta relevante em novembro foi registrada no grupo de despesas pessoais, que subiu 0,89%, com impacto de 0,09 ponto percentual no índice geral. Nesse caso, trata-se de uma situação mais pontual, com aumentos, por exemplo, de 11,61% no cigarro e em alguns serviços de turismo, como pacotes turísticos (3,08%) e hospedagem (2,96%).
Os itens de roupas e calçados, agrupados no vestuário, subiram 0,60% no mês e acumulam alta leve de 1,63% em 12 meses, o que é um bom sinal para as compras de presentes de Natal. Em novembro, também foi possível observar algumas quedas, como a do tênis (-0,70%).
O grupo de transportes registrou alta de 0,12%, com divergência entre itens de varejo e serviços. Enquanto as passagens aéreas subiram 22,79% em novembro, o etanol apresentou recuo de 6,52%, e a gasolina registrou queda de 2,20%, o que contribui para a contenção da inflação geral.
Outras altas foram registradas nos grupos de saúde e cuidados pessoais (0,17%) e comunicação (0,13%).
No sentido oposto, destacou-se o grupo habitação, que apresentou recuo de 1,38% em novembro, influenciado pela redução de 6,22% no preço médio da energia elétrica. Essa deflação já era esperada após o anúncio da ANEEL sobre a mudança da bandeira tarifária, de vermelha para amarela, em novembro. Para o mês seguinte, espera-se uma nova queda com a alteração para a bandeira verde, a mais econômica.
Os grupos de artigos de residência e educação também apresentaram variações negativas, de -0,54% e -0,05%, respectivamente, mas com impacto quase nulo no desempenho geral.
Portanto, na análise da Fecomércio BA, a inflação na região tem sofrido pressões pontuais, mas, no geral, está controlada e não tem comprometido o poder de compra das famílias, mantendo o consumo no comércio e nos serviços, especialmente neste final de ano.