VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO RMS – OUTUBRO 2024
INFLAÇÃO NA RMS DEVE ENCERRAR O ANO EM 4% ABAIXO DA MÉDIA NACIONAL, ESTIMA FECOMÉRCIO BA.
Com a volta das chuvas intensas, a energia deve pressionar menos e ajudar a manter a inflação controlada na região.
O dado da inflação de outubro, divulgado recentemente pelo IBGE, mostrou um avanço de 0,48% em relação ao mês anterior e acumula 4,15% nos últimos 12 meses, na região metropolitana de Salvador. A vilã no mês foi a energia elétrica, como já era esperado, devido a mudança para a bandeira vermelha patamar 2.
O grupo habitação subiu 1,27% em outubro, influenciado pela alta de 4,04% na energia elétrica residencial. No entanto, com o retorno das chuvas intensas no país, sobretudo nas regiões das principais hidrelétricas, o temor de continuar uma pressão sobre o preço da energia foi dissipado. Tanto que a ANEEL decidiu voltar com a bandeira amarela a partir do início deste ano, o que trará uma pressão baixista no dado de novembro.
Na parte de alimentação e bebidas, as carnes seguem exercendo pressão com o aumento mensal de 5,20%, com destaque para a costela (6,71%), chã de dentro (5,95%) e o acém (5,84%). Não há previsão de melhora do cenário dado o período de entressafra, com redução da oferta de gado para corte, o que deve manter preços elevados aos consumidores. Porém, não é uma alta generalizada no grupo de alimentação, com itens importantes como cebola, batata-inglesa e tomate registram quedas respectivas de -17,43%, -11,29% e -3,94%.
Outra alta que teve impacto importante na inflação da RMS foi de despesas pessoais, com aumento de 1,11%, puxado por cinema, teatro e concertos (15,06%) e serviços de sobrancelha (4,91%) e pacotes turísticos (2,83%).
As demais elevações foram de: vestuário (0,91%), artigos de residência (0,81%), saúde e cuidados pessoais (0,17%), comunicação (0,29%) e educação (0,05%). Para se ter uma ideia, o impacto absoluto somado desses grupos foi praticamente igual ao do grupo de alimentação e bebidas.
O único grupo que apresentou retração no mês foi o de transportes, com -0,24%. Pelo lado dos serviços, as passagens aéreas recuaram 9,33% e, pelo varejo, a queda mais expressiva foi de -4,50% do etanol.
Portanto, a inflação na RMS sofre pressões pontuais, mas segue controlada numa visão geral. A volta da tarifa da energia elétrica para a bandeira amarela retirará o peso do grupo habitação e, em novembro, o foco ficará principalmente nas carnes, com consumidores tendo alternativas para substituição.
Com esse cenário, a Fecomércio BA projeta terminar o ano de 2024 com preços subindo, em média, 4%, ficando abaixo da média nacional, de 4,5%. E que esse panorama não deve se alterar, pelo menos, até o primeiro trimestre do próximo ano.