VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO DE ALIMENTOS – JANEIRO 2024
VAREJO BAIANO CRESCE 1,4% EM JANEIRO, MAS INFLAÇÃO DE ALIMENTOS PODE FREAR OS RESULTADOS DE 2024
Desempenho positivo do varejo segue apoiado nos bons resultados dos setores básicos de consumo. O comércio varejista do Estado da Bahia atingiu a marca de R$ 12,5 bilhões em vendas em janeiro de 2024, segundo os cálculos da Fecomércio-BA com base nos dados do IBGE. Este resultado representa um aumento no faturamento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e decorre de um desempenho dividido, com três setores em expansão e outros cinco apresentando queda nas receitas. Entre as altas, o setor supermercadista registrou crescimento das receitas pelo vigésimo segundo mês consecutivo, e iniciou 2024 com uma expansão de 12,1% em comparação a janeiro do ano anterior, o que representa um incremento de R$ 546 milhões. Com isso, o segmento registrou faturamento de R$ 5,05 bilhões e contribuiu com 40% de toda a receita do varejo baiano no mês. Da mesma forma, o segmento de farmácias e perfumarias alcançou R$ 918,2 milhões em vendas no mesmo período – um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior e o melhor resultado para um mês de janeiro em toda a série histórica, iniciada em 2012. Esse desempenho positivo segue o excelente resultado de 2023, quando o setor registrou o maior faturamento anual de sua história. Os avanços na contratação de mão-de-obra e na eficiência operacional, assim como os investimentos para a abertura de novos pontos de venda e para a digitalização das operações estão diretamente relacionados com a melhoria dos resultados observados em ambos os setores, e o avanço do poder de compra das famílias ao longo dos últimos meses contribuiu para a realização de maiores receitas. As lojas de materiais de construção completam a lista de setores em alta, com um faturamento de R$ 991,4 milhões e variação de 8,4% em relação a janeiro de 2023. No entanto, apesar do ciclo de cortes na taxa básica de juros brasileira melhorar as expectativas do setor imobiliário, parte desse aumento nas receitas é atribuído à elevação de custos do setor, com os preços de materiais e equipamentos permanecendo em níveis bastante elevados na comparação com o período pré-pandemia. Na contramão do resultado geral, cinco segmentos do varejo baiano não conseguiram superar as receitas obtidas em janeiro de 2023. O maior impacto foi observado no segmento de veículos, motos, partes e peças, que, em janeiro, registrou receita de R$ 2,18 bilhões e queda de -16,3% em relação ao ano anterior, representando um faturamento R$ 425 milhões menor. O grupo de outras atividades e as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos seguiram a mesma tendência, com variações de -3% e -4,2%, respectivamente, e faturamentos de R$ 2,18 bilhões e R$ 475,3 milhões, nesta mesma ordem. As reduções nas receitas de outras atividades são atribuídas tanto à queda dos preços médios de combustíveis e gás de botijão ao longo do ano, quanto ao possível fechamento de estabelecimentos em diferentes ramos. Já as menores receitas das lojas de eletrodomésticos e eletrônicos indica que nem mesmo as tradicionais queimas de estoque e os descontos oferecidos no início do ano foram suficientes para impulsionar as vendas do setor que segue apresentando retração do faturamento no contraponto anual desde outubro de 2023. As demais quedas ocorreram nos segmentos de vestuário, tecidos e calçados, com variação anual de -2,7% e faturamento de R$ 453,8 milhões, e de móveis e decoração, com uma queda de -2,6% e um faturamento de R$ 240 milhões. Somados, esses dois segmentos representam aproximadamente 6% do faturamento total do varejo baiano. Em síntese, o desempenho favorável do comércio varejista na Bahia segue sendo impulsionado pelos setores essenciais de consumo, como supermercados e farmácias, que continuam registrando crescimento significativo. No entanto, a inflação um pouco mais pressionada nos últimos meses, sobretudo a de alimentos, pode estar atuando como um inibidor para o desempenho dos demais setores, limitando sua capacidade de expansão. Se este cenário persistir, é possível que os empresários do comércio enfrentem desafios ao longo de 2024, tornando-se ainda mais necessário um planejamento estratégico sólido que viabilize melhor adaptação às condições econômicas em constante mudança.