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Construção Civil e Mercado Imobiliário em alta de 1,6% ajudam no crescimento do comércio

Comércio
15 de maio de 2021

Os setores de eletroeletrônicos e materiais de construção foram os destaques neste segundo mês

O comércio varejista da Bahia volta a crescer após dois meses no negativo. Em fevereiro, o faturamento do setor atingiu R$ 8,04 bilhões, alta de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 7,91 bi), segundo pesquisa da Fecomércio-BA com base nos dados do IBGE. No acumulado do primeiro bimestre, o saldo é negativo em 1,6%.

A maioria das atividades superou o faturamento de fevereiro de 2020. O destaque, em termos de variação, é o das lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento, de 30,6% na comparação anual e 1,57 bilhão de reais de vendas.

A Fecomércio-BA analisa, desde o ano passado, os setores ligados ao domicílio, as reformas e a construção civil, que continuam numa tendência muito positiva. Porém, por consequência de alguns pontos negativos. Primeiro foi o descompasso entre a recuperação da demanda e o que a indústria conseguia oferecer.

“Com isso, vieram os aumentos de preços e falta de produtos. Além disso, vários dos insumos ou são importados ou são cotados em dólar – as chamadas commodities -, como é o caso do aço, cobre, o que encareceu o custo diante da desvalorização do real”, avalia o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

O setor de materiais de construção registrou crescimento neste segundo mês de 23,2% e deve continuar registrando bons números. Segundo a Ademi-BA, serão 47 lançamentos imobiliários no mercado de Salvador até o final do ano, 38% a mais que o ano passado.

Guilherme Dietze explica que são famílias que decidiram sair de apartamentos menores e irem para espaço maiores em outras regiões, já que há a possibilidade de muitas delas realizarem o trabalho a distância. “O problema é que a falta de produtos também deve continuar e o consumidor sofre na ponta com os vendedores, sem grandes volumes de estoques, oferecendo prazos de entrega para 90, 120 dias”.

Na mesma tendência está o setor de móveis e decoração que apontou incremento de 9% nas vendas na comparação com fevereiro de 2020.

O setor de farmácias registrou faturamento de 839 milhões de reais, alta anual de 8,3%, e foi o maior montante de vendas para o mês desde 2014. Por ser um setor básico e os preços não tiveram um aumento expressivo ao longo do ano passado, as famílias estão conseguindo manter o nível de consumo.

Voltando para o campo positivo, as concessionárias de veículos e motos apontaram aumento anual de 5,1%. O setor sofreu bastante ao longo de 2020, com queda acumulada de 24,1% e esse aumento é um respiro para os empresários.

As lojas de Vestuário e calçados e o grupo Outras Atividades ficaram no negativo com variações respectivas de -34,5% e -17,4%. Para o economista, são resultados bastante expressivos, mas indicam a deterioração e perda de participação relativa do comércio de roupas, “pois os consumidores estão saindo menos de casa e gastando menos com combustíveis, como gasolina e álcool, que são os itens que mais pesam no grupo de Outras Atividades”.

A partir do próximo dado, de março, a comparação será de ‘crise versus crise’, pois foi nesse mês do ano passado quando começou a pandemia do coronavírus, com restrições de atividades e seus impactos na economia.

A Fecomércio-BA estima que o novo auxílio emergencial deve movimentar a economia do estado em cerca de R$ 3 bilhões durante quatro meses. Esse montante deve contribuir em 1% as vendas do comércio, por mês, até o meio do ano. A situação ainda inspira cuidados, porém, o emprego registrando números positivos e da mesma forma o varejo, o auxílio emergencial chega para somar forças no combate a pandemia pelo lado socioeconômico.