FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DA BAHIA

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ECONOMISTA-CHEFE DA CNC PREVÊ SAÍDA DA CRISE PARA 2017

Comércio
15 de maio de 2021

A Fecomércio-BA reuniu a imprensa de economia baiana em coletiva com o economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, na quinta-feira, 21, na Casa do Comércio. O  ex-diretor do Banco Central admitiu que “a economia brasileira está próxima do fundo do poço”, entretanto fez ponderações que apontam para uma saída da crise ainda que para 2017. A principal delas é o fato de o País estar com ativos mais baratos por conta da desvalorização do real frente ao dólar. “O Brasil está barato em dólares, o que vai atrair os investimentos externos”, esclareceu.

O principal problema da recessão econômica brasileira, segundo ele, é a falta de perspectiva de um ajuste fiscal, o que dificulta a recuperação da confiança do mercado. “Mas o país não vai quebrar, já vivi momentos muito mais difíceis do que este. O Governo gastou mais do que podia, mas gastou em reais, não em dólares, como na década de 80”, pontuou.

 Comércio baiana melhor que média nacional – De acordo com o economista, num período de 12 meses, 64 mil estabelecimentos comerciais fecharam no País, o que representa um decréscimo de 9,1%. Já na Bahia a queda no mesmo período em análise foi menor, de 6,7%. “De uma maneira geral, na Bahia a situação está um pouco melhor”, assinalou Carlos Thadeu .

Apesar dos percalços da economia, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, mantém o otimismo como palavra de ordem. “Pelos dados apresentados, identificamos que os empresários da Bahia estão mais confiantes do que a média nacional. Outra grata surpresa foi verificar que a família baiana fez a lição de casa, reduzindo o seu endividamento, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor . Assim, o consumidor baiano prepara-se para mais um ano difícil, tomando fôlego para voltar a consumir no futuro”, disse Andrade.

Também esteve presente o consultor econômico da Federação baiana, Fábio Pina, da FFA Consultoria. O economista esclareceu que os dados de janeiro/2016 da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor , divulgados esta semana pela CNC, apontam para um endividamento ainda expressivo das famílias baianas ─12% acima do que o mesmo período do ano passado─, porém com  redução nos últimos meses, se comparado a outros estados. “Isso mostra que as famílias baianas estão puxando o freio, fazendo ajuste no orçamento”, conclui. Como nos anos anteriores, o cartão de crédito é o principal vilão das contas.

A aposta dos economistas é de que a população brasileira continue a enfrentar momentos difíceis em 2016, com taxas altas de desemprego, e que a retomada de crescimento está prevista só para 2017. Entre os indicadores de expectativas econômicas apresentados, estão a queda do PIB de 3% e uma inflação na casa dos 8%. A estabilidade da confiança dos consumidores, após um longo período de quedas acentuadas (dados da pesquisa Índice de Confiança das Famílias, da CNC) vem com um alento para o futuro da economia.