FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DA BAHIA

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IBGE aponta que comércio na Bahia tem o menor volume de vendas em março desde 2007

Comércio
15 de maio de 2021

A Fecomercio-BA analisou os desempenhos dos setores de serviços e comércio na Bahia, relativos ao mês de março, divulgados esta semana pelo IBGE. Os números começam a mostrar os danos na economia baiana em decorrência do novo coronavírus.

As vendas do varejo no estado registraram queda de 12,9% na comparação anual e, com esse resultado, o volume de vendas foi o mais baixo para o mês desde o ano de 2007.

Como previsto e alertado pela Fecomércio-BA, entre as atividades, os únicos que conseguiram um desempenho positivo foram os de bens essenciais, supermercados e farmácias. As altas respectivas foram de 2,9% e 7,2%.

Todos os demais setores ficaram no negativo. O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze explicou que em termos de variação, a maior delas foi do grupo de Livros, jornais, revistas e papelarias, com -40,9%. “Porém, ele pesa muito pouco no resultado geral. Os setores que são sensíveis ao crédito, como é o caso de eletroeletrônicos e veículos, tiveram as vendas retraídas em 19,3% e 31,4%. Para esse segundo, foi o menor ritmo de venda desde 2005”.

De acordo com o economista, o destaque foi o setor de vestuário, tecidos a calçados com recuo de 40,7%. “Esse tem uma característica que limita as compras feitas online, como forma de compensar as perdas no varejo físico. As pessoas gostam de ir à loja, provar, levar na hora e se precisar realizar troca, pode ser feito num momento seguinte. Pelo e-commerce há o tempo de entrega relativamente mais longo, sem possibilidade de provas e, caso precise trocar, o consumidor terá que enviar pelos Correios”, explica Dietze. 

O setor de serviços na Bahia, por sua vez, seguiu a mesma tendência negativa. O volume de serviços foi o mais baixo para o mês na série histórica do Instituto, iniciada em 2011. “A retração geral foi de 12% em relação a igual período do ano passado, puxado principalmente pelo grupo Serviços Prestado às Famílias, com queda de 35,7%. Nesse ponto, englobam-se, por exemplo, hotéis, restaurantes e entretenimento”, afirma o consultor econômico da Fecomércio-BA.

O Turismo, que tem uma parcela relacionada aos serviços prestados às famílias, registrou retração de 27,6% no contra ponto anual, também sendo o pior resultado para o mês da série. “As pessoas ficaram com receio pelo risco de contaminação e de não conseguir um transporte para voltar e, por isso, já estavam cancelando suas viagens no início do mês. E a Bahia como importante destino turístico doméstico sente sem hospedes e sem previsão de quando serão retomadas as atividades e quando os consumidores estarão mais tranquilos em realizar as viagens. Em abril, os vários feriados iriam contribuir para o aumento do faturamento, mas que não foi mais possível”, analisa Guilherme Dietze.

Ainda segundo Guilherme, é importante lembrar que a quarentena foi decretada na segunda quinzena de março. Ou seja, ainda havia uma atividade econômica funcionando em boa parte do mês, principalmente no comércio.

“São dois setores que precisam de confiança do consumidor em alta e crédito disponível. O crédito que seria uma forma de sustento das empresas neste período de pandemia, não está chegando às empresas pelo aumento do risco da inadimplência. Portanto, a situação é bastante desafiadora para consumidores e empresários”, conclui o economista.