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Perspectivas otimistas: Fecomércio-BA projeta crescimento para o Comércio de Bens, Serviços e Turismo no segundo semestre de 2024

Comércio, Economia, Sistema Comércio
16 de julho de 2024
Perspectivas otimistas: Fecomércio-BA projeta crescimento para o Comércio de Bens, Serviços e Turismo no segundo semestre de 2024

Se tradicionalmente o ano na Bahia só começa após o Carnaval, o segundo semestre inicia efetivamente após o São João. Nesse período, espera-se um impacto positivo na economia local, com aumento nas vendas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

“É fato que há sempre um olhar mais favorável para a segunda parte do ano, uma vez que a primeira lembrança que vem à cabeça é o Natal, ponto forte para o comércio no ano. Contudo, para que esse momento seja mais positivo que no ano anterior, é necessário um conjunto de fatores econômicos, sobretudo em relação ao mercado de trabalho”, destaca o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Começando por essa variável, há na Bahia 2,1 milhões de trabalhadores com vínculos formais, um aumento de pouco mais de 70 mil em relação a meados de 2023. Ou seja, a massa de rendimentos disponível para os trabalhadores é mais elevada, o que permite o aumento do poder de compra, com consequências positivas para o comércio e serviços, especialmente. Além disso, Dietze pontua que “como o dado do CAGED mostra mais pessoas com carteira assinada, ao chegar no final do ano isso terá um efeito expressivo no recebimento do 13º salário, com reflexo nas vendas da Black Friday e Natal”.

A inflação mais comportada também permite um ganho de renda para a população. Segundo o IBGE, os preços sobem 2,49% até quase o meio deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado o percentual havia sido de 3,23%, na Região Metropolitana de Salvador. Entretando, há algumas possíveis pressões que podem causar efeitos negativos ao longo do segundo semestre, como a alta do dólar, os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e aumentos na energia elétrica e nos combustíveis.

E dois indicadores da Fecomércio-BA consolidam esse cenário de melhoria nas condições econômicas das famílias da região. A PEIC – Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor aponta que 226,6 mil famílias, em Salvador, entram nesse segundo semestre com dívidas em atraso. Pode parecer alto, mas, em um ano, houve redução de 66 mil famílias. A outra é o ICF – Intenção de Consumo das Famílias, que sobe 5% em um ano, mostrando confiança e otimismo em relação ao emprego, renda, consumo e crédito.

Falando sobre crédito, Dietze esclarece que esse ponto também é importante para projetar o quadro desse segundo semestre. “A taxa de juros da economia está em 10,50% ao ano e deve permanecer como está. Um ano atrás esse percentual estava em 13,75%, o que trouxe redução também nas taxas cobradas dos consumidores. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média praticada para a pessoa física no Brasil está em 52,4% ao ano, bem abaixo dos quase 60% a.a. vistos em maio e junho do ano passado”, ressalta Dietze.

A combinação de mais emprego, mais renda disponível, menor inadimplência e juros relativamente mais baixos deve repercutir num aumento de cerca de 5% para o varejo baiano, no período de julho a dezembro, conforme projeção da Fecomércio-BA. No acumulado do ano, a expectativa também é positiva, também próxima a 5%, acelerando em relação aos 0,4% vistos em 2023.

Pelo lado dos Serviços, quem deve se destacar no segundo semestre são os serviços prestados às famílias, como hotéis e restaurantes. Ou seja, basicamente o turismo como um dos carros chefes da economia local. A ampliação da oferta de assentos domésticos e internacionais tem favorecido esse bom desempenho e os empresários seguem investindo na melhoria, ampliação e construção de novos estabelecimentos.

Turismo doméstico – Com o dólar mais caro, diminuindo as viagens ao exterior, haverá uma busca natural por destinos nacionais e o que se sobressai é a Bahia, pela sua localização de maior proximidade dos grandes centros emissores de turistas, como a região Sudeste. Mesmo com menos feriados em dias de semana, a tendência é muito promissora para o turismo baiano, pela sua localização e opções variadas de praia e hospedagem, para cada perfil de brasileiro que busca por destinos de sol e praia. Nesse quesito é difícil competir com a Bahia.

Portanto, os indicativos são de um segundo semestre positivo para a economia baiana, o que contribui para as expectativas dos empresários locais, no pensamento de ampliar o quadro colaborativo e de investimentos e compras de equipamentos. Mesmo os grandes desafios da economia nacional, como o ajuste nas contas públicas, não diminuem o cenário promissor da Bahia para essa segunda etapa do ano.