PESQUISA DA CNC REVELA QUE CONFIANÇA DO COMÉRCIO MERGULHA NO TERRENO NEGATIVO
Pela primeira vez desde o início da pesquisa nacional sobre a confiança do empresário, em março de 2011, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio rompeu negativamente a barreira dos 100 pontos. Aos 93,9 pontos, o ICEC alcançou um novo piso histórico, ao registrar retrações de 19,5% em relação a março de 2014 e de 7,7% ante fevereiro de 2015, já computados os ajustes sazonais.
Todos os nove componentes do ICEC atingiram, de forma inédita, os menores níveis em suas respectivas séries históricas. O maior destaque em ambas as bases comparativas segue sendo o subíndice que mede a avaliação das condições correntes com quedas de 9,4% sobre o último mês de fevereiro e de 33,6% na comparação com março de 2014. No comparativo anual, os subíndices relativos às intenções de investimentos e às expectativas cederam 15,2% e 13,9%, respectivamente. A escala do ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo o índice 100, a linha de indiferença que separa as avaliações predominantemente positivas das negativas.
O maior responsável pela queda anual da confiança dos empresários do comércio segue sendo o subíndice que registra o grau de satisfação com as condições correntes da economia e do setor (ICEAC). Desde agosto do ano passado, a queda na satisfação com o desempenho da economia brasileira tem sido o item do ICEC a registrar as maiores taxas de deterioração nos comparativos anuais. O ICEAC e seus três componentes se encontram atualmente nos seus respectivos pisos históricos. Em fevereiro último, 79,8% do total percebiam piora das condições correntes da economia nacional. No mês de março essa era a percepção de 86,3% dos empresários do setor. Mais da metade dos entrevistados (52,1%) perceberam piora acentuada. Situação significativamente diferente em relação àquela registrada no mesmo mês do ano anterior quando 63,1% dos entrevistados relataram piora no cenário econômico.
A região Sudeste (37,1 pontos) concentra as piores avaliações nesse quesito. Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) para a região Sudeste acumulou retração de 0,9%. Ao longo desse período, a proxy do Bacen para o nível de atividade econômica desacelerou passando de +1,6% registrados em janeiro de 2014 para os atuais -0,4%. Por outro lado, as regiões Nordeste (+3,7%) e Norte (+2,7%) ainda têm se destacado positivamente.
Fonte: CNC