Vendas do varejo baiano disparam 7,3% em julho, calcula Fecomércio BA
Segmento de veículos segue surpreendendo e avança 18,4% no mês. No ano, o comércio acumula alta de quase 7%.
O faturamento do comércio baiano atingiu R$ 18,2 bilhões em julho, apresentando uma alta expressiva de 7,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso representa um adicional de R$ 1,24 bilhão para o mês. Esse é o melhor desempenho registrado para julho em nove anos. De acordo com o levantamento mensal da Fecomércio BA, com base nos dados do IBGE, o varejo acumula uma elevação de 6,9% no período de janeiro a julho, totalizando quase R$ 8 bilhões a mais em relação a 2023.
O setor de Veículos, Motos, Partes e Peças foi o grande destaque em julho, com uma alta anual de 18,4% e um faturamento de R$ 3,9 bilhões. Esse aquecimento do setor não é exclusivo da Bahia. De acordo com dados do Banco Central, em um ano, houve um aumento de 40% em termos reais na concessão de crédito para aquisição de veículos no Brasil, mesmo com a taxa média de juros não apresentando grandes alterações, passando de 26,1% para 25,5% ao ano.
“Por trás desses números está, certamente, a melhora do poder de compra das famílias, com aumento real da renda, proporcionada pela menor taxa de desemprego e por uma inflação baixa. Além disso, os carros elétricos estão chegando com mais força ao mercado, com preços competitivos e atraindo a atenção dos consumidores nesse momento de maior disponibilidade de renda e comprometimento com dívidas”, destaca o presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes.
O quadro econômico favorável para os domicílios também justifica a alta de outros segmentos do varejo baiano, como é o caso do segmento de Farmácias e Perfumarias, que, em julho, cresceu 15,5% e faturou R$ 1,37 bilhão, o maior da série para o mês. “Além da demanda em expansão, soma-se o fato do aumento dos preços acima da inflação, principalmente por parte dos medicamentos. De acordo com o IBGE, a inflação geral na região de Salvador foi de 3,71% nos últimos 12 meses, enquanto os produtos farmacêuticos avançaram 8,87%”, esclarece o consultor econômico da Fecomércio BA, Guilherme Dietze.
Outra alta importante foi do setor de Materiais de Construção, que cresceu 12,5% e faturou R$ 1,4 bilhão, impulsionado pela redução dos juros e pelo aquecimento da construção civil. O crescimento de 4,1% das lojas de Móveis e Decoração também segue essa tendência.
Os Supermercados tiveram uma variação um pouco mais modesta, de 4,6%. No entanto, dado o seu peso no varejo do estado, que representa 36% do total das vendas, geraram um impacto relevante, com um adicional de R$ 285 milhões para o comércio no mês em relação ao mesmo período do ano passado. Essa atividade se beneficia diretamente do ganho real da renda, devido à sua essencialidade.
Por fim, no lado positivo, o setor de Vestuário, Tecidos e Calçados continua em plena expansão, com alta de 5,8% em julho e faturamento de R$ 621,3 milhões, o melhor desempenho para o mês desde 2019. Com os preços de vestuário subindo menos que a inflação geral, isso traz um estímulo adicional ao consumo de itens como roupas e calçados.
No campo negativo, o setor de Eletrodomésticos e Eletrônicos ficou praticamente estável, com variação de -0,3% e faturamento de R$ 671 milhões. O grupo de Outras Atividades recuou 1% e registrou um resultado de receita de R$ 3,4 bilhões.
Portanto, a combinação da menor taxa de desemprego na história do estado para o 2º trimestre, do aumento da renda real e, por consequência, da massa de rendimentos, é o que tem proporcionado esse momento muito positivo para o varejo do estado. Dessa forma, com essa base sólida, a tendência é que o comércio continue conquistando resultados expressivos até o final do ano.