VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO RMS – SETEMBRO 2025
INFLAÇÃO DE SETEMBRO ALIMENTA AS EXPECTATIVAS PARA COMPRAS DE FINAL DE ANO, AVALIA FECOMÉRCIO BA.
Preços de produtos e serviços em Salvador variam 0,17% no mês e acumulam alta de 4,83% em 12 meses.
Os dados da inflação de setembro na região metropolitana de Salvador vieram bastante positivos. Segundo divulgação do IBGE, os preços de produtos e serviços registraram um avanço médio de 0,17% e acumulam 4,83% nos últimos 12 meses. Embora a variação tenha sido superior à do mês anterior, de -0,08%, o cenário ainda é de baixa pressão sobre os preços.
O grupo habitação foi o principal responsável pela inflação no período, com alta de 2,15%. O movimento já era esperado, conforme o “efeito mola” apontado pela Fecomércio-BA no relatório anterior. Em agosto, o bônus de Itaipu reduziu o preço da energia elétrica; em setembro, com a recomposição para o valor original, houve um aumento de 7,13%. Trata-se, portanto, de um ajuste pontual, sem expectativa de continuidade dessa pressão nos próximos meses. Vale destacar que, se o grupo habitação fosse expurgado do cálculo mensal, haveria uma deflação de -0,14%.
O grupo alimentação e bebidas foi o grande destaque positivo, com queda de -0,56%, contribuindo com -0,13 ponto percentual para o índice geral. Produtos importantes da mesa do soteropolitano ficaram mais baratos, como tomate (-20,08%), cebola (-17,96%) e alho (-12,74%). Também houve retração nos preços do feijão-mulatinho (-7,15%), pescados (-2,96%) e frango inteiro (-2,44%), ampliando o leque de opções para o consumidor, que encontra preços mais vantajosos.
O grupo transportes apresentou recuo de -0,32%, puxado principalmente pelos serviços: seguro voluntário de veículo (-6,36%) e passagens aéreas (-2,68%). Os combustíveis continuam sem exercer pressão significativa, com variações discretas na gasolina (-0,27%) e no etanol (0,16%). Não há perspectivas de mudanças no curto prazo, exceto por pressões pontuais esperadas na alta temporada do turismo, em dezembro e janeiro.
Os artigos de residência ficaram -0,61% mais baratos em relação ao mês anterior, com impacto de -0,02 ponto percentual no índice geral. Os eletroeletrônicos tiveram destaque, como televisores (-2,73%) e refrigeradores (-2,70%). A acomodação do câmbio tem reduzido custos de insumos, o que se reflete em preços mais baixos ao consumidor.
O grupo comunicação variou -0,32%, enquanto saúde e cuidados pessoais ficou praticamente estável (-0,01%). Entre as altas, além de habitação, destaca-se vestuário, com elevação de 1,17%, contribuindo com 0,06 ponto percentual para o índice geral. A tendência de alta foi observada em diversos itens, como vestido infantil (3,33%), calça comprida feminina (2,69%) e sandália (2,72%). Houve ainda aumentos nos grupos despesas pessoais (0,19%) e educação (0,07%).
A inflação mais baixa reforça as expectativas de melhora no consumo no final do ano. Com o mercado de trabalho aquecido, as famílias vêm recompondo sua renda, quitando dívidas passadas e retomando o consumo de forma mais sustentável. Como esse processo deve se manter no curto prazo, a tendência é que as famílias cheguem ao fim do ano com maior poder de compra, impulsionando o ritmo de vendas no varejo.

