VAREJO BAIANO | INFLAÇÃO RMS – JUNHO 2025
Deflação de alimentos ajuda a frear preços na RMS em junho, avalia Fecomércio BA.
Por outro lado, aumento no preço da gasolina evita uma variação ainda mais baixa na região.
Conforme dados divulgados pelo IBGE, a inflação na Região Metropolitana de Salvador avançou 0,29% em junho, desacelerando frente aos 0,35% registrados no mês anterior. No acumulado de 12 meses, a variação está em 5,23% e, segundo estimativas da Fecomércio-BA, deve se aproximar de 5,90% até setembro, para então iniciar um movimento de queda e encerrar o ano abaixo de 5%.
O principal grupo de consumo das famílias, alimentos e bebidas, que vinha pressionando a inflação regional, apresentou em junho uma leve retração de -0,05%. Entre os itens com queda, destacam-se as frutas, com recuo de -1,54%, em especial a laranja-pera (-12,88%) e a melancia (-6,84%), além de arroz (-3,97%) e pescados (-2%).
No campo das altas, os destaques foram: feijão-mulatinho, com aumento de 5,09%; leite longa vida, com 3,18%; e café moído, com alta de 1,72%.
Um ponto relevante na análise é o maior equilíbrio entre variações negativas e positivas, sem pressões inflacionárias significativas. Isso proporciona mais estabilidade ao orçamento familiar, contribuindo para um cotidiano mais confortável para as famílias da região.
Outras quedas no mês ocorreram nos grupos de artigos de residência (-0,86%) e despesas pessoais (-0,04%). No primeiro, destacaram-se as reduções no conserto de aparelho celular (-2,24%), móvel para sala (-1,63%) e fogão (-1,60%). No segundo, as principais quedas vieram de alimentos para animais (-6,68%) e hospedagem (-3,66%).
Entre os grupos com alta em junho, o destaque foi transportes, com avanço de 1,04%, influenciado tanto por serviços, como aluguel de veículos (10,43%), transporte por aplicativo (9,25%) e passagens aéreas (3,35%), quanto pelo comércio, com gasolina subindo 2,64%.
Outro aumento relevante ocorreu no grupo vestuário, com variação de 1,46% no mês. Apesar do percentual, seu peso no índice geral foi inferior ao de transportes. Essa elevação é típica da troca de estação, que tende a encarecer os preços médios do setor.
O grupo habitação registrou alta de 0,38%, impulsionada não pela energia elétrica (que subiu apenas 0,36%), mas por itens de limpeza, como sabão em barra (3,03%), sabão em pó (2,61%) e desinfetante (1,96%).
As demais elevações foram observadas nos seguintes grupos: comunicação (0,20%), educação (0,07%) e saúde e cuidados pessoais (0,03%).
O resultado da inflação de junho em Salvador é um alento para as famílias e para a economia local. A redução nas pressões de preços sobre os orçamentos domésticos, especialmente se comparada ao início do ano, contribui para o dinamismo econômico do estado, mantendo aquecidos os setores de comércio e serviços, amparados por um mercado de trabalho aquecido.
No curto prazo, não há indicações de preocupações relevantes com a inflação. Podem ocorrer pressões pontuais, mas não generalizadas, e que, na média, não representam grandes desafios para as famílias. Assim, o sinal de alerta observado anteriormente começa a ser dissipado e fica um olhar necessário de maior atenção para possíveis consequências do tarifaço do governo americano em relação ao Brasil.
